terça-feira, 24 de abril de 2007

O PSF está em expansão no país e oferece bons salários.


Uma das áreas que mais empregam enfermeiros no país é o Programa de Saúde da Família (PSF ). Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o setor é responsável por 60% das contratações de recém formados nos últimos cinco anos.

Por determinação do Ministério da Saúde, cada equipe de PSF deve ter um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e entre cinco e seis agentes comunitários para cada grupo de mil famílias. De 2002 até agora o número de equipes do programa no país aumentou de 16.700 para 26.500, segundo dados do ministério. Num PSF, o enfermeiro capacita agentes comunitários, coleta dados sobre as condições de saúde da população e faz um planejamento das ações que devem ser implantadas para prevenir doenças e promover a saúde na região.

Estimativas do Cofen apontam que os salários no interior variam de R$ 3.000 a R$ 3.500 e são mais atrativos que em regiões metropolitanas, onde a remuneração fica entre R$ 1.200 a R$ 1.800. Em locais muito distantes dos grandes centros, onde as condições de vida da população são ruins é possível encontrar salário de até R$ 6.000.

“O PSF dá a chance de o profissional trabalhar mais perto da comunidade e também possibilita uma mobilidade grande porque muitos assumem postos no interior, onde a carência de serviços de saúde é maior”, afirma Dulce Bais, presidente do Cofen.

Foi o que fez a enfermeira cearense Kellem Raquel Brandão de Oliveira, 27. Formada em 2002, ela foi trabalhar num PSF na cidade de Assaré, a 599 km de Fortaleza. Um ano depois se inscreveu num concurso e foi selecionada para atuar no interior do Amapá, numa cidade chamada Tartarugalzinho com 10.800 habitantes e distante 300 km de Macapá. O salário e as condições de trabalho (R$ 3.100 de remuneração líquida, mais moradia e alimentação gratuitas e um carro à disposição para ir à capital) foi o maior atrativo.

Ela passou dois anos nessa cidade, chefiou o PSF e agora está trabalhando em Macapá, onde é responsável pelo serviço de saúde da família da capital. Em seu dia-a-dia, Kellem elabora projetos para levantar recursos para a área, analisa locais de implantação de novas unidades, dimensiona custos, entre outras atividades.

Segundo conta, toda sua formação na faculdade foi voltada para a área. “Sempre quis trabalhar com saúde pública. Fazer prevenção e promoção da saúde é o que me encanta. Nos hospitais, você trabalha com uma pessoa que já está doente. No PSF atendemos usuários”, diz.

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