sexta-feira, 27 de abril de 2007

Lançada a primeira insulina inalável do Brasil


LUIS FERNANDO CORREIA

Especial para o G1

Medicamento deverá estar disponível nas farmácias no final de maio.
Novidade visa diminuir o número de injeções que diabéticos precisam tomar.

Foi lançada em São Paulo a primeira insulina inalável do país, que deverá estar disponível nas farmácias no final de maio. A medicação entrará no mercado com o grande atrativo de diminuir o número de injeções que alguns diabéticos precisam tomar durante o dia para manter seus níveis de açúcar no sangue. Oitenta e cinco anos depois da descoberta da insulina como medicamento para o diabetes essa é primeira vez que se consegue utilizá-la de outra forma que não a injetável.

A insulina é um hormônio natural fabricado pelo pâncreas para facilitar a entrada da glicose necessária para o funcionamento das células. A produção de insulina é uma resposta à ingestão de carboidratos. Nos diabéticos, sua ausência ou produção inadequada levam ao aumento dos níveis de açúcar no sangue.

O medicamento inalável deverá ser tomado antes das refeições, chega ao sangue através da circulação dos capilares pulmonares e, após ser absorvido pelos pulmões, leva dez minutos pra começar a agir.A insulina inalável é fabricada com técnicas de engenharia genética, consumiu mais de quinze anos de pesquisa e custou mais de US$ 1 bilhão ao laboratório Pfizer que teve que montar uma fábrica especialmente para o produto na Alemanha. Atualmente disponível na Inglaterra, Irlanda, Alemanha e Estados Unidos, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária brasileira no final de 2006.

O desenvolvimento envolveu testes com mais de 3500 pacientes em 25 países durante sete anos. A possibilidade de ficar livre das picadas para administração de insulina parece tentadora aos diabéticos, porém algumas observações devem ser feitas.

A insulina inalável é uma insulina de ação rápida, ou seja, é capaz de fazer os níveis de açúcar baixar em um curto período de tempo, como por exemplo, após as refeições, porém não irá substituir as insulinas de ação prolongada que agem durante a maior parte do dia.

Uma outra questão importante é que os pacientes que fumam não poderão fazer uso do medicamento, pois a absorção da insulina não será adequada, trazendo até mesmo risco de hipoglicemia (baixos níveis de açúcar no sangue). A doença pulmonar obstrutiva crônica e a asma também são impedimentos ao uso da insulina inalável.

O custo estimado do tratamento mensal de um diabético com a insulina inalável está estimado pelo fabricante em cerca de R$ 450 por mês.

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