domingo, 29 de abril de 2007

Médicos alertam para perigos de 'novo ecstasy'


Médicos britânicos alertaram para os perigos de um vermífugo que vem sendo usado como alternativa ao ecstasy em boates e clubes noturnos do país.

Escrevendo na revista científica The Lancet, eles relataram o caso de uma jovem de 18 anos que sofreu uma crise após tomar pílulas de BZP (1-benzilpiperazina), droga que age como estimulante e tem efeitos similares aos da anfetamina.

Ela foi atendida de emergência em um hospital de Londres, tendo chegado ao local com pupilas dilatadas, taxa de batimentos cardíacos a 156 por minuto, e temperatura corporal e pressão sanguínea baixas.

A jovem foi um de sete pacientes com os mesmos sintomas atendidos pelo setor de emergência naquela noite, dizem os médicos.

Eles alertaram que a droga, com a qual poucos colegas estão familiarizados, pode causar tontura, vômitos, taquicardia, diarréia e reações alérgicas, e ser até mesmo "potencialmente fatal".

Máscara

O principal ingrediente no remédio, a piperazina, é normalmente usado como vermicida em animais e seres humanos. Na noite, ela é vendida sob nomes como Pep Twisted, Legal E, Nemesis e Euphoria.

Os efeitos são parecidos com os da anfetamina. Os médicos desconfiam que parte dos casos tidos como de abuso de anfetamina sejam, na verdade, de abuso de BZP.

No mês passado, a Agência Reguladora de Remédios e Saúde (MHRA, na sigla em inglês), tornou ilegal a venda de BZP sem a devida licença.

Até então, as pílulas vinham sendo vendidas em danceterias como um "barato legalizado e à base de ervas", apesar de a droga ser completamente sintética.

sábado, 28 de abril de 2007

O Legislativo e a Bioética


O Legislativo e a Bioética

Por Klinger Fontinele Júnior

As questões ditas bioéticas, com a cada vez maior complexidade das ciências, necessitam apenas de um mínimo de regulamentação legislativa, devendo tal regulamentação ser firme, porém acessível às mudanças de paradigmas e valores sociais.

A legislação brasileira, até por sua característica política, tornou-se um emaranhado de normas que, por vezes, até se contradizem e se anulam. Diante da necessidade da afirmação social das normas legais, urge a conscientização de eleitores e políticos, de que as questões bioéticas extrapolam os pequenos muros do simples assistencialismo, para alcançarem, de forma impiedosa, as bases de nossos valores morais e éticos, mostrando-nos a todo instante o quanto somos egoístas e imediatistas no trato com nossos semelhantes e todas as demais formas de vida existentes.

Alguns estudiosos, na ansiedade de verem a funcionalidade da bioética no legislativo e no jurídico brasileiro, teimam em dizer que a simples fundamentação da reflexão bioética, pelos agentes dos poderes aqui citados, na política dos direitos humanos, seria suficiente para efetivar a práxis dos estudos e considerações bioéticas no labor de legislar e julgar.

Insípido esse pensar. Mesmo sabendo que o próprio ordenamento social, ladeado pelo ordenamento jurídico, dispensa a criação de leis minudentes para todo e qualquer fato social, tem-se que lembrar que nosso país, com o passar de longos anos de deturpação da essência política (o poder emana do povo e para o povo), tornou-se uma gigantesca nação, geograficamente falando; e, um amontoado de pequenos clãs de senhores e gigantescas tribos de errantes, sendo os primeiros, únicos com direito a gozar "dos direitos humanos", e os segundos, apenas destinados a observar esse gozo.Posso até afirmar que nesse "jogo" sócio-político existem dois grupos de seres, um que joga em troca de promessas (palavras vazias), e outro, em troca de bens materiais e econômicos.

O direito não é errado, porém está irremediavelmente atrelado aos ditames legais (normas criadas pelo legislador = político), desta feita, posso dizer que, apesar de não ser errado, é influenciado pelas mazelas políticas de perpetuação de poder.

Enquanto tivermos diferenciações sociais de poder, de direitos, de economia, de educação, de saúde e etc, continuaremos a decretar o confinamento da bioética em laboratórios e salas de aula.

Precisamos debater a bioética com o povo (pois foi para ele que ela nasceu), senão, mais uma vez cairemos na esparrela de "deturpar" mais esse maravilhoso conceito, a exemplo do aconteceu com a definição de "política".

Deixemos de ser "emplumados professores" e passemos a ser simplesmente atores dessa, ainda distante, realidade, que é a justiça social!

Eis o dever...

Dr. Klinger Fontinele Júnior

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Lançada a primeira insulina inalável do Brasil


LUIS FERNANDO CORREIA

Especial para o G1

Medicamento deverá estar disponível nas farmácias no final de maio.
Novidade visa diminuir o número de injeções que diabéticos precisam tomar.

Foi lançada em São Paulo a primeira insulina inalável do país, que deverá estar disponível nas farmácias no final de maio. A medicação entrará no mercado com o grande atrativo de diminuir o número de injeções que alguns diabéticos precisam tomar durante o dia para manter seus níveis de açúcar no sangue. Oitenta e cinco anos depois da descoberta da insulina como medicamento para o diabetes essa é primeira vez que se consegue utilizá-la de outra forma que não a injetável.

A insulina é um hormônio natural fabricado pelo pâncreas para facilitar a entrada da glicose necessária para o funcionamento das células. A produção de insulina é uma resposta à ingestão de carboidratos. Nos diabéticos, sua ausência ou produção inadequada levam ao aumento dos níveis de açúcar no sangue.

O medicamento inalável deverá ser tomado antes das refeições, chega ao sangue através da circulação dos capilares pulmonares e, após ser absorvido pelos pulmões, leva dez minutos pra começar a agir.A insulina inalável é fabricada com técnicas de engenharia genética, consumiu mais de quinze anos de pesquisa e custou mais de US$ 1 bilhão ao laboratório Pfizer que teve que montar uma fábrica especialmente para o produto na Alemanha. Atualmente disponível na Inglaterra, Irlanda, Alemanha e Estados Unidos, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária brasileira no final de 2006.

O desenvolvimento envolveu testes com mais de 3500 pacientes em 25 países durante sete anos. A possibilidade de ficar livre das picadas para administração de insulina parece tentadora aos diabéticos, porém algumas observações devem ser feitas.

A insulina inalável é uma insulina de ação rápida, ou seja, é capaz de fazer os níveis de açúcar baixar em um curto período de tempo, como por exemplo, após as refeições, porém não irá substituir as insulinas de ação prolongada que agem durante a maior parte do dia.

Uma outra questão importante é que os pacientes que fumam não poderão fazer uso do medicamento, pois a absorção da insulina não será adequada, trazendo até mesmo risco de hipoglicemia (baixos níveis de açúcar no sangue). A doença pulmonar obstrutiva crônica e a asma também são impedimentos ao uso da insulina inalável.

O custo estimado do tratamento mensal de um diabético com a insulina inalável está estimado pelo fabricante em cerca de R$ 450 por mês.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

RESOLUÇÃO COFEN Nº 306/2006 - Normatiza a atuação do Enfermeiro na Área de Hemoterapia

O Conselho Federal de Enfermagem, no exercício de sua competência consignada nos artigos 2º e 8º da Lei nº. 5.905, de 12 de julho de 1973.

Considerando a Constituição da República Federativa do Brasil, nos artigos 197 e 199, conforme descrito no seu parágrafo 4º, promulgada em 05 de outubro de 1988;

Considerando a Lei nº. 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto nº. 94.406, de 08 de junho de 1987, no artigo 8º, inciso I, alíneas “g” e “h”, no artigo 10, inciso I, alínea “b” e inciso II; no artigo 11, inciso III, alíneas “a” e “h”, e no artigo13º;

Considerando a Resolução COFEN 240/2000 que estabelece o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem;

Considerando a Resolução COFEN 272/2002 que dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem –SAE nas Instituições de Saúde;

Considerando a Resolução CNE/CES – Conselho Nacional de Educação/ Câmara de Ensino Superior nº. 3 de 07/12/2001 que institui as Diretrizes Curriculares Nacional do Curso de Graduação de Enfermagem;

Considerando a Resolução RDC nº. 153 de 14/06/04 da ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária; que determina o Regulamento Técnico para os procedimentos hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o controle de qualidade e o uso do sangue.

Considerando a Resolução nº. 41 de 28/06/00 da Diretoria Colegiada da ANVISA – Regulamento Técnico Mercosul dos níveis de complexidade dos serviços de Medicina Transfusional e Unidades hemoterápicas;

Considerando a Resolução 358 de 29 de abril de 2005 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que determina Normas Técnicas para o Ato Transfusional;Considerando os estudos realizados pela Câmara Técnica de Assistência do COFEN;Considerando a deliberação do Plenário em sua 337ª Reunião ordinária,

RESOLVE:

Artigo 1º - Fixar as competências e atribuições do Enfermeiro na área de Hemoterapia, a saber:
a) Planejar, executar, coordenar, supervisionar e avaliar os procedimentos de Hemoterapia nas Unidades de Saúde, visando a assegurar a qualidade do sangue, hemocomponentes e hemoderivados,

b) Assistir de maneira integral aos doadores, receptores e suas famílias, tendo como base o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e as normas vigentes,

c) Promover e difundir medidas de saúde preventivas e curativas por meio da educação de doadores, receptores, familiares e comunidade em geral, objetivando a sua saúde e segurança dos mesmos,

d) Realizar a triagem clínica, visando à promoção da saúde e à segurança do doador e do receptor, minimizando os riscos de intercorrências,

e) Realizar a consulta de enfermagem, objetivando integrar doadores aptos e inaptos, bem como receptores no contexto hospitalar, ambulatorial e domiciliar, minimizando os riscos de intercorrências,

f) Planejar, executar, coordenar, supervisionar e avaliar programas de captação de doadores,

g) Proporcionar condições para o aprimoramento dos profissionais de Enfermagem atuante na área, através de cursos, atualizações estágios em instituições afins,

h) Planejar, executar, coordenar, supervisionar e avaliar programas de estágio, treinamento e desenvolvimento de profissionais de Enfermagem dos diferentes níveis de formação,

i) Participar da definição da política de recursos humanos, da aquisição de material e da disposição da área física necessária à assistência integral aos usuários.

j) Cumprir e fazer cumprir as normas, regulamentos e legislações vigentes,

k) Estabelecer relações técnico-científicas com as unidades afins,

l) Participar da equipe multiprofissional, procurando garantir uma assistência integral ao doador, receptor e familiares,

m) Assistir ao doador, receptor e familiares, orientando garantindo-os durante todo o processo hemoterápico,

n) Elaborar a prescrição de enfermagem nos processos hemoterápicos;

o) Executar e/ou supervisionar a administração e a monitorização da infusão de hemocomponentes e hemoderivados, atuando nos casos de reações adversas;

p) Registrar informações e dados estatísticos pertinentes à assistência de Enfermagem prestada ao doador e receptor;

q) Manusear e monitorizar equipamentos específicos de hemoterapia;

r) Desenvolver pesquisas relacionadas à hemoterapia e hematologia;

Artigo 2º - Em todas as Unidades de Saúde onde se realiza o Ato Transfusional se faz necessário a implantação de uma Equipe de Enfermagem capacitada e habilitada para execução desta atividade;

§ 1º- O Ato Transfusional se compõe das seguintes etapas:

a) Recebimento da solicitação;

b) Identificação do receptor;

c) Coleta de amostra (hemocomponentes) e encaminhamento para liberação do produto solicitado;

d) Recebimento do hemocomponente/hemoderivado solicitado e checagem dos dados de identificação do produto e receptor;

e) Instalação e acompanhamento de hemocomponente/hemoderivado solicitado;

f) Identificação e acompanhamento das reações adversas;

g) Descarte dos resíduos gerados na execução do ato transfusional respeitando-se as normas técnicas vigentes;

h) Registro das atividades executadas;

Artigo 3º - As atribuições dos profissionais de Enfermagem de nível médio serão desenvolvidas de acordo com a Lei do Exercício Profissional, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro responsável técnico do Serviço ou Setor de Hemoterapia.

Artigo 4º - Este ato resolucional entrará em vigor na data da sua publicação, revogando-se as disposições em contrário, em especial, a Resolução COFEN nº 200/1997.

Rio de Janeiro,

Dulce Dirclair
COREN-MS Nº. 10.244
PRESIDENTE

Carmem de Almeida da Silva
COREN-SP Nº. 2.254
PRIMEIRO SECRETÁRIO

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Cientistas debatem o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas


Conceito de vida é discutido no STF

Depois de uma longa batalha no Congresso Nacional antes da aprovação da Lei de Biossegurança, em 2005, os cientistas favoráveis às pesquisas com células-tronco embrionárias e os contra confrontaram-se novamente, desta vez, no Supremo Tribunal Federal (STF). Foi um debate histórico: pela primeira vez em sua história o STF convocou especialistas para uma audiência pública instrutória. A decisão foi do ministro Carlos Ayres Britto, relator no julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) movida pelo ex-procurador da República Claudio Fonteles, que invoca o artigo 5º da Constituição Federal para contestar o uso de embriões em pesquisas, previsto na Lei de Biossegurança. “Estamos em busca de um conceito para o vocábulo vida”, explicou o ministro aos 22 cientistas convidados, que, organizados em dois grupos, a favor e contra, ofereceram argumentos para que ele proferisse seu voto – a ser dado provavelmente no final de junho – antes da votação da matéria no plenário do STF.

Diferentemente dos embates no Congresso, os representantes do grupo contrário à utilização de células-tronco embrionárias nas pesquisas em nenhum momento utilizaram argumentos de caráter religioso, apesar de muitos deles terem sido indicados para o debate pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A estratégia foi enfatizar que as perspectivas de pesquisa com células-tronco adultas, além de apresentar resultados comprovados no tratamento de algumas doenças, já teriam demonstrado “plasticidade” suficiente para expressar-se em tecidos e músculos, o que tornaria desnecessário o uso de embriões congelados.

Os cientistas favoráveis ao uso de células-tronco embrionárias – extraídas de embriões no estágio de blastocisto (com até cinco dias), fertilizados in vitro e mantidos congelados em clínicas de reprodução assistida – explicam que essa modalidade de pesquisa é mais promissora do que a com células-tronco adultas, e podem, no futuro, ajudar no tratamento de doenças graves como mal de Parkinson ou distrofias musculares. “Transplantes de células-tronco adultas são só para casos de medula óssea e um número limitado de doenças”, explicou Lygia Pereira da Veiga, da Universidade de São Paulo (USP).

Os debates no STF duraram pouco mais de sete horas e meia. “Do ponto de vista técnico, a contribuição dos cientistas foi decisiva”, afirmou Ayres Brito, em entrevista logo após a primeira rodada de apresentação. “Fiz anotações e espero, até o final de junho, elaborar o meu relatório.”

Edição Online 23/04/2007

Claudia Izique, de Brasília

Fonte: FAPESP

Retirado do site: www.enfermagemvirtual.com.br

Brasil atinge auto-suficiência em vacina para gripe


Com a inauguração da primeira fábrica de vacina contra gripe do hemisfério sul, prevista para amanhã, em São Paulo, o Brasil vai alcançar a auto-suficiência na produção de vacinas contra a gripe. O complexo, localizado no Instituto Butantan, será capaz de produzir 40 milhões de doses, gerando uma economia de R$ 100 milhões aos cofres públicos.

Atualmente, as 20 milhões de doses utilizadas na imunização gratuita de maiores de 60 anos e outros grupos de risco são produzidas na França, importadas pelo Ministério da Saúde e envasadas pelo governo paulista. Segundo o secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, a produção da Butantan irá permitir que o Ministério da Saúde amplie a faixa etária de pessoas que participam da campanha de vacinação.

O investimento do governo do Estado na nova fábrica foi de R$ 34 milhões para as obras. O Ministério da Saúde investiu outros R$ 34 milhões para a aquisição de equipamentos de última geração. Projetada para ser de Biosegurança Nível 3, certificada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a fábrica possui uma das duas ultra-centrífugas em operação na América Latina.

Fonte: Terra

Retirado do site: www.enfermagemvirtual.com.br

terça-feira, 24 de abril de 2007

O PSF está em expansão no país e oferece bons salários.


Uma das áreas que mais empregam enfermeiros no país é o Programa de Saúde da Família (PSF ). Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o setor é responsável por 60% das contratações de recém formados nos últimos cinco anos.

Por determinação do Ministério da Saúde, cada equipe de PSF deve ter um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e entre cinco e seis agentes comunitários para cada grupo de mil famílias. De 2002 até agora o número de equipes do programa no país aumentou de 16.700 para 26.500, segundo dados do ministério. Num PSF, o enfermeiro capacita agentes comunitários, coleta dados sobre as condições de saúde da população e faz um planejamento das ações que devem ser implantadas para prevenir doenças e promover a saúde na região.

Estimativas do Cofen apontam que os salários no interior variam de R$ 3.000 a R$ 3.500 e são mais atrativos que em regiões metropolitanas, onde a remuneração fica entre R$ 1.200 a R$ 1.800. Em locais muito distantes dos grandes centros, onde as condições de vida da população são ruins é possível encontrar salário de até R$ 6.000.

“O PSF dá a chance de o profissional trabalhar mais perto da comunidade e também possibilita uma mobilidade grande porque muitos assumem postos no interior, onde a carência de serviços de saúde é maior”, afirma Dulce Bais, presidente do Cofen.

Foi o que fez a enfermeira cearense Kellem Raquel Brandão de Oliveira, 27. Formada em 2002, ela foi trabalhar num PSF na cidade de Assaré, a 599 km de Fortaleza. Um ano depois se inscreveu num concurso e foi selecionada para atuar no interior do Amapá, numa cidade chamada Tartarugalzinho com 10.800 habitantes e distante 300 km de Macapá. O salário e as condições de trabalho (R$ 3.100 de remuneração líquida, mais moradia e alimentação gratuitas e um carro à disposição para ir à capital) foi o maior atrativo.

Ela passou dois anos nessa cidade, chefiou o PSF e agora está trabalhando em Macapá, onde é responsável pelo serviço de saúde da família da capital. Em seu dia-a-dia, Kellem elabora projetos para levantar recursos para a área, analisa locais de implantação de novas unidades, dimensiona custos, entre outras atividades.

Segundo conta, toda sua formação na faculdade foi voltada para a área. “Sempre quis trabalhar com saúde pública. Fazer prevenção e promoção da saúde é o que me encanta. Nos hospitais, você trabalha com uma pessoa que já está doente. No PSF atendemos usuários”, diz.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Começa Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe


Objetivo é imunizar 11 milhões de pessoas

Brasília - Começa hoje (23), em todo o país, a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe, com o objetivo de imunizar 11 milhões de pessoas, número que representa 70% da população idosa. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, espera que, assim como no ano passado, o número de pessoas vacinadas ultrapasse as expectativas. Em 2006, foram aplicados mais de 13 milhões de doses.

Quem tem mais de 60 anos pode se dirigir a um posto de saúde até o dia 4 de maio para ser imunizado contra o vírus influenza, causador da gripe. O ministério disponibilizou cerca de 20 milhões de doses da vacina a 65 mil postos de saúde espalhados pelo país.

Por causa de dificuldades de locomoção e da falta de tempo dos acompanhantes durante a semana para levar os idosos até os locais de vacinação, a coordenação reservou o próximo sábado (28) como dia D da campanha. Nesse dia, todos os postos estarão abertos.

A campanha é anual e começou em 1999. A vacina é importada da França, mas a previsão é de que no ano que vem alguns estados já usem o medicamento fabricado no Brasil e, em 2009, todas as doses tenham sido produzidas no país. A fim de cumprir a meta, será inaugurada no próximo dia 28 a primeira fábrica brasileira de vacinas, instalada no Instituto Butatã em São Paulo.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

O Enfermeiro é quem acompanha o doente durante todo o tratamento


Profissional deve estar presente em unidades de saúde durante 24h.

Ficar ao lado dos pacientes nos momentos mais simples, como a hora do remédio, e nos mais complexos faz do enfermeiro um acompanhante constante dos doentes e usuários do sistema de saúde.

Um aliado do trabalho do médico, o enfermeiro deve cuidar para que o tratamento recomendado seja seguido com exatidão e estar atento a possíveis mudanças no andamento da recuperação do doente.

A legislação brasileira exige que as unidades de saúde mantenham enfermeiros em seus quadros durante 24h, mas o país ainda não tem um número suficiente de profissionais para suprir a demanda. Com 126,5 mil enfermeiros, o Brasil não atende a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a qual toda nação deve ter um profissional dessa especialidade para cada 500 habitantes. No Brasil, são 1.484 habitantes para cada enfermeiro. O dado foi calculado com base na estimativa de população do IBGE: 187,7 milhões de pessoas no país.

De acordo com as entidades de classe, a área tem um mercado de trabalho promissor, que cresceu muito nos últimos anos com a implantação do Programa de Saúde da Família (PSF). Os hospitais e centros médicos em geral também continuam a ser grandes empregadores, principalmente o setor público. Home-care e docência, são outras áreas promissoras apontadas pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo.

No entanto, especialistas alertam que a área só deve ser seguida por vocação. “Tem que gostar de cuidar de gente, se importar com o ser humano, não deve se preocupar só com emprego, porque assim não vai ser um bom profissional”, afirma Benedita Deusdará Rodrigues, coordenadora da graduação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj ).

Como acontece em outras carreiras, profissionais da área dizem que é importante se especializar e ter uma formação contínua. “É preciso estudar demais, não se pode ficar desatualizado”, aconselha o professor José Luiz Tatagiba Lamas, coordenador do curso da Universidade de Campinas (Unicamp ).

Curso

Das faculdades da área de saúde, a enfermagem é a que tem a formação mais voltada para a área administrativa, inclusive há disciplinas de administração ao longo do curso. O dia-a-dia da profissão exige certas atividades de gerenciamento como coordenar o trabalho de auxiliares e técnicos de enfermagem e planejar serviços de atendimento.

A graduação dura de quatro a quatro anos e meio e fornece conhecimentos sobre as áreas de ciências biológicas e da saúde, ciências humanas, sociais e da enfermagem. Muitos cursos, caso da Uerj e da Unicamp, contam com atividades práticas desde o primeiro ano e mesclam essas ações com o conteúdo teórico ao longo dos períodos.

No início, os alunos começam a ter contato com ações de saúde pública nas comunidades e postos de PSF. Nos anos seguintes, o estudante participa de atividades em centros de saúde e aprende sobre as mais variadas especialidades médicas. No final da graduação, o estudante passar por um período de estágio, dentro de uma unidade de saúde. Essa fase deve corresponder a 20% da carga horária do curso. Na Uerj, dura um ano.

Luísa Brito, do G1, em São Paulo

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Resolução COFEN Nº 302/2005 - Baixa normas para ANOTAÇÃO da Responsabilidade Técnica de Enfermeiro(a), em virtude de Chefia de Serviço de Enfermagem

O Conselho Federal de Enfermagem, no exercício de sua competência consignada no Art. 8º, inciso IV, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, tendo em vista o disposto no Art. 11, inciso I, alíneas "a" e "b", da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986;

CONSIDERANDO a deliberação da Assembléia realizada durante o Seminário Nacional do Sistema COFEN/COREN, nos dias 06 e 07 de maio de 2004, na cidade de Aracajú, que contou com a participação de todos os COREN;

CONSIDERANDO a Resolução COFEN nº 242/2000, em seu artigo 13, incisos IV, V, e XIV;

CONSIDERANDO a definição de Serviço de Enfermagem como o conjunto de Unidades de Enfermagem que são constituídas pelos recursos físicos e humanos em uma instituição de assistência à saúde;

CONSIDERANDO que as Chefias de Serviço e de Unidade de Enfermagem são privativas do(a) Enfermeiro(a), conforme as expressas disposições do Art. 11, inciso I, alíneas "a" e "b", da Lei nº 7498/86, regulamentada pelo Decreto nº 94.406/87;

CONSIDERANDO que a Direção de Escolas de Enfermagem, bem como, o ensino é atribuição do Enfermeiro, conforme determina a Lei nº 2.604/55, em seu Art. 3º;

CONSIDERANDO que as atividades referidas nos Art. 12, 13 e 23 da Lei nº 7.498/86 somente podem ser exercidas sob supervisão do Enfermeiro, na forma do Art. 15 desta Lei, se praticados em Instituições de Saúde, públicas, privadas e filantrópicas;

CONSIDERANDO ser do interesse do COREN representar junto ao órgão estadual de saúde quando constatar infrigência ao disposto no Art. 10, inciso XXVI, da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura como infração à legislação federal cometer o exercício de encargos relacionados com a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da Saúde a pessoa sem a mínima habilitação legal;

CONSIDERANDO que o aludido desempenho de Chefia de Serviço ou de Unidade de Enfermagem caracteriza em seu grau mais alto, as referidas atividades ligadas à promoção, proteção, recuperação e reabilitação da Saúde;

CONSIDERANDO a Deliberação da Plenária em sua 327º Reunião Ordinária.

RESOLVE:

Art. 1º - A Anotação pelo COREN, da Responsabilidade Técnica do Enfermeiro pela gestão do Serviço de Enfermagem de todos estabelecimentos, onde houver atividade de enfermagem, passa a ser regida pela presente Resolução.

Art. 2º - Todo estabelecimento onde existem atividades de Enfermagem, deve obrigatoriamente apresentar Certidão de Responsabilidade Técnica de Enfermagem, cuja anotação deverá ser requerida pelo profissional Enfermeiro.

§ 1º - A Certidão de Responsabilidade Técnica - CRT, deverá ser renovada a cada 12(doze) meses, após sua emissão.

§ 2º - Em caso de substituição do Responsável Técnico - RT, em período inferior a um ano, a direção do estabelecimento deverá encaminhar ao COREN, dentro de 15 dias, a partir da ocorrência, a eventual substituição da Anotação da Responsabilidade Técnica, requerida ao COREN pelo novo enfermeiro, conforme disposto no Art. 3º.

§ 3º - As Instituições de Saúde, Públicas e Filantrópicas, poderão requerer dispensa do recolhimento da taxa, referente à emissão da C.R.T.

Art. 3º - O requerimento da Anotação de Responsabilidade Técnica deverá estar acompanhado das seguintes documentações:

Denominação e endereço do estabelecimento prestador de Assistência de Enfermagem a que se refere a ANOTAÇÃO, bem como da respectiva instituição ou empresa proprietária, mantenedora ou conveniente;

Nome do(a) Enfermeiro(a) e número de inscrição no COREN;
Endereço residencial do(a) Enfermeiro(a), bem como indicação precisa de sua jornada de trabalho;

Cópia do comprovante de recolhimento, pelo enfermeiro(a), do valor da anuidade correspondente ao exercício anterior, caso estivesse inscrito, na Autarquia.

Cópia do comprovante de recolhimento da taxa referente a CRT, pelo requerente, em favor do COREN, em conformidade com o disposto nas Decisões dos Conselhos Regionais, obedecendo as Resoluções do COFEN.

Cópia da comprovação do vínculo existente entre empresa e o requerente.

Cópia do ato de designação do profissional para o exercício da chefia de serviço;

Relação nominal do pessoal de Enfermagem em exercício na Instituição, por categoria, contendo nº da autorização ou inscrição, data de admissão na Instituição e endereço atualizado.

Declaração de outros vínculos empregatícios, mantidos pelo Enfermeiro Responsável Técnico de Enfermagem, relacionando locais, dias e horários de trabalho.

No caso de inexistência do documento previsto na alínea anterior, o requerente deverá preencher termo próprio, assumindo tal responsabilidade.

Art. 4º - O Enfermeiro que deixar de responder pela Chefia do Serviço de Enfermagem, obrigatoriamente comunicará de imediato ao COREN, para o cancelamento da Anotação.

§ 1º - Todo Enfermeiro Responsável Técnico que se afastar do cargo por um período superior a 30 dias, obrigatoriamente comunicará ao COREN para o procedimento de sua substituição.

§ 2º - O Responsável Técnico que deixar de comunicar ao COREN em 15(quinze) dias o seu desligamento da Chefia do Serviço de Enfermagem, responderá automaticamente a Processo Administrativo, conforme previsto na Legislação vigente.

Art. 5º - A carga horária máxima para cada Responsabilidade Técnica, bem como, o quantitativo de CRT que o profissional poderá requerer, será avaliado pelo COREN, devendo para tanto, ser baixado Ato Decisório específico, que será submetido ao COFEN para homologação.

Art. 6º - A Certidão de Responsabilidade Técnica deverá ser afixada em local visível ao público, dentro do estabelecimento prestador de assistência de Enfermagem.

Art. 7º - Serão adotados pelos COREN, modelos de CRT anexo ao presente ato.
Art. 8º -O disposto nesta Resolução, aplica-se integralmente aos Estabelecimentos de Ensino, onde ministram-se Cursos de Enfermagem.
Art. 9º - Os casos omissos neste Ato Resolucional serão resolvidos pelo COFEN.

Art.10º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário, especialmente a Resolução COFEN nº 168/93.

Rio de Janeiro, 16 de março de 2005.

Carmem de Almeida da Silva
COREN-SP Nº 2.254
PRESIDENTE

Zolândia Oliveira Conceição
COREN-BA Nº 0635
PRIMEIRA SECRETÁRIA

terça-feira, 17 de abril de 2007

Mais de 600 mil crianças com HIV não recebem tratamento, diz OMS


Cerca de 660 mil crianças infectadas com o vírus HIV não têm acesso ao tratamento com drogas anti-retrovirais, de acordo com um relatório publicado nesta terça-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com o Programa das Nações Unidas para HIV/AIDS (Unaids) e a Unicef (o fundo da ONU para infância e adolescência).

O relatório Em Direção ao Acesso Universal: Aumentando as Intervenções Prioritárias de HIV/AIDS no Setor de Saúde analisa o acesso a terapias anti-retrovirais em cerca de 50 países com baixos e médios rendimentos.

O número de crianças recebendo tratamento aumentou em 50% no último ano, mas ainda é muito baixo. Em dezembro de 2006, apenas 15% das crianças soropositivas estavam sendo tratadas.

O Brasil, no entanto, vai contra essa tendência, com acesso garantido às drogas anti-retrovirais para 95% das crianças menores de 15 anos.

“As crianças continuam a ser a face perdida da pandemia de AIDS, com crianças demais sem acesso a tratamentos que salvam vidas e a outros serviços essenciais”, disse a diretora-executiva da Unicef, Ann M. Veneman.

Grávidas

As mulheres grávidas também sofrem com a falta de acesso a remédios anti-retrovirais, que podem evitar a transmissão do vírus da mãe para o bebê. Nos países analisados, apenas 11% das grávidas soropositivas recebem esse tipo de tratamento.

A situação para as gestantes brasileiras é melhor, no entanto, com 40% recebendo tratamento.No índice geral de acesso a tratamentos nos países com baixo e médio rendimento, o Brasil também aparece no topo da lista, com cerca de 80%, ao lado de Tailândia e Botsuana.

O relatório apontou crescimento de 54% no acesso a terapias anti-retrovirais nos países de baixos e médios rendimentos, com mais de dois milhões de infectados sendo tratados em dezembro de 2006.

“O progresso significativo no aumento do acesso a tratamento mostrado nesse relatório é um passo positivo para vários países em direção a atingir seus objetivos ambiciosos de acesso universal à prevenção, ao tratamento e ao apoio de HIV”, disse o diretor-executivo da Unaids, Peter Piot.

“Mas o acesso a testes de HIV e aconselhamento, um ponto crítico tanto paras a prevenção quanto para o tratamento, também precisa ser aumentado significativamente se quisermos chegar perto de atingir as metas de acesso universal até 2010”, disse.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Resolução COFEN-245/2000 - Dispõe sobre a autorização de Estágio Extracurricular para Estudantes de Enfermagem de Níveis Técnico e de Graduação

O Conselho Federal de Enfermagem, no uso de sua competência consignada no artigo 8º, inciso I, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973;

CONSIDERANDO a Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977 e o Decreto nº 87.497, de 18 de agosto de 1982, que dispõe sobre estágios de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de ensino profissionalizante de 2º grau;

CONSIDERANDO a Lei nº 7.498, de 25 de junho 1986 e o Decreto nº 94.406, de 8 de junho de 1987;

CONSIDERANDO o Parecer CFE nº 314/94, aprovado em 6 de abril de 1994, que dispõe sobre o currículo mínimo do Curso de Graduação em Enfermagem;

CONSIDERANDO a Portaria MEC nº 1.721, de 15 de dezembro de 1994, publicada no DOU de 16 de dezembro de 1994, seção 1, página 19.801, que estabelece o currículo mínimo do Curso de Graduação em Enfermagem;

CONSIDERANDO a deliberação do Plenário em sua 288ª Reunião Ordinária, e tudo que mais consta do PAD COFEN-58/89;

CONSIDERANDO ainda que o estágio extracurricular contribui para o desenvolvimento do exercício profissional;Resolve:

Art. 1º - Será obrigatória a inscrição temporária de Estudantes de Enfermagem de Níveis Técnico e de Graduação, no Conselho Regional de sua jurisdição, para a realização de estágio extracurricular.

Art. 2º- Para atender o disposto no artigo anterior, o estudante deverá apresentar declaração da Instituição de Ensino, como se segue:a) quando o estudante de nível de Graduação tiver concluído as disciplinas de Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem;b) quando o estudante de nível Técnico tiver concluído a disciplina de Introdução à Enfermagem.

Art. 3º - A inscrição terá validade de 12 meses, podendo ser renovada por iguais períodos até a data de conclusão do curso.

Art. 4º - O estudante não pagará anuidade ao Conselho Regional a que estiver inscrito, durante a vigência da inscrição criada pelo presente ato.

Art. 5º - O estudante obterá a inscrição temporária através de:

I - Requerimento dirigido ao Presidente do Conselho Regional que jurisdiciona a área do seu domicílio, apresentando:a) nome completo;b) filiação;c) data de nascimento;d) nacionalidade;e) carteira de identidade, número, data de emissão e órgão expedidor;f) endereço atualizado;g) 2 (duas) fotografias recentes, em formato 3 x 4.

II - Declaração da instituição de ensino, conforme explicitado no Artigo 2º da presente norma.

Art. 6º - A cédula de identidade de inscrição temporária do estagiário seguirá os padrões adotados pelo Conselho Federal de Enfermagem, conforme modelo anexo.

Art. 7º - Quando do recebimento da inscrição temporária, o estudante firmará documento de próprio punho, comprometendo-se a informar ao COREN jurisdicionado, por escrito, no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, o local onde exercerá as suas atividades de estágio, sob pena de, não o fazendo, ter a sua inscrição cancelada de imediato.

Art. 8º - O quantitativo de portadores de inscrição temporária para estágio extracurricular, por instituição, não poderá exceder a 30% (trinta por cento) do total de pessoal de Enfermagem contratado pela instituição.

Art. 9º- Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de Enfermagem.

Art. 10 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando a Resolução COFEN nº 199/97 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2000.

Gilberto Linhares Teixeira
(COREN-RJ Nº 2.380)
Presidente

João Aureliano Amorim de Sena
(COREN-RN Nº 9.176)
Primeiro Secretário

Fonte:http://www.portalcofen.gov.br/2007/materias.asp?ArticleID=7077&sectionID=34

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Profissionalmente, você é o que faz, fala e escreve

Profª Drª Maria Aparecida de Luca Nascimento

Todas as profissões têm como característica básica, o elemento técnico, e com a enfermagem não poderia ser diferente. Socialmente, quando se quer saber sobre qualquer perfil profissional, ouve-se a seguinte pergunta: o que é que ele(a) faz? Desse modo, é o fazer que nos caracteriza, ou melhor, que caracteriza todos os profissionais.

A projeção da enfermagem a patamares científicos foi alcançada por Florence Nightingale através da sistematização da assistência composta pelo elemento técnico. Entenda-se por técnica, todo um processo, que vai do micro ao macro ambiente, que engloba atualmente, tecnologias, formas de proceder sistematizadas, apoiadas em referenciais das mais diversas ciências, tendo sempre como foco, o ser humano.

Apesar disso, frequentemente ouço alguns recém formados dizerem que seu interesse após a formatura é o ensino, mas como ensinar o cuidado sem praticá-lo? Mesmo entendendo que a enfermagem se processa através da assistência, do ensino e da pesquisa, é o fazer que poderá contemplar estas três vertentes da nossa profissão.

Ao praticar o cuidado através de uma sistematização, o profissional se destaca e se impõe, pois cada um dá de si quando atua na enfermagem, porque o toque de uma mão, é diferente do toque de outra, a forma de um profissional abordar um paciente, difere de uma pessoa para outra, e cada profissional deixa impresso, de alguma forma, no corpo de quem foi alvo do seu cuidado, a sua marca.

Ainda hoje, e lá se vão quase três décadas, lembro da forma com que uma profissional de enfermagem arrumava as crianças para irem ao banho, dentro de uma enfermaria pediátrica. No plantão dela, a hora do banho era uma festa, assim como a hora do café, do lanche e do almoço, independentemente do tipo de dieta de cada um. Como ela, lembro de muitos profissionais, cada um a seu modo, povoam as minhas lembranças. Fico a imaginar, se os pacientes que foram cuidados por eles também não guardam essas lembranças...

Porém, fazer não é tudo, é preciso falar sobre o que se faz, além disso, a enfermagem é uma profissão eminentemente social, lidamos com gente durante todo o tempo, e não só com os pacientes, lidamos com seus familiares e com os nossos colegas de profissão, e, sem dúvida nenhuma, somos o elo entre todos os profissionais, porque somos a equipe que mais tempo permanece ao lado do paciente, e dentro dos setores.

Desse modo, se praticamos a enfermagem com competência, se aplicamos os princípios científicos no nosso cotidiano, mas não nos comunicamos adequadamente, deixamos a desejar como profissionais. Ainda mais se, diante de um grupo interdisciplinar, não soubermos expor as nossas idéias, e nem soubermos expor as nossas reivindicações. Falar socialmente é primordial, mas, profissionalmente, falar é uma questão de sobrevivência da classe.

Contudo, há que se cuidar, não só, daquilo que se fala, como também, da forma como se fala, porque, profissionalmente, o que se fala tem peso diferente daquilo que é dito coloquialmente. Assim como o fazer, o falar também caracteriza um profissional, e as palavras também deixam as suas marcas, para o bem, ou para o mal.

Sendo assim, de que adianta ser um profissional, tecnicamente perfeito, mas sem uma comunicabilidade razoável? No mundo corporativo e na era da comunicação, aqueles que fazem, mas não falam, ou falam mal, perdem terreno a cada dia, e, na mesma proporção, aquele que fala, mas não faz, também fica desacreditado.

Daí, a importância de tomarmos posse das nossas idéias, e de defender o nosso ponto de vista nas instituições, nos cargos, e nos eventos dos quais participamos, ressaltando que o discurso terá mais crédito, à medida que o seu expositor demonstre capacidade técnica ao defendê-lo.
Porém, fazer e falar, não são os únicos procedimentos necessários para o delineamento da imagem profissional, além deles, é preciso, urgente e necessário, que se escreva. A escrita é um documento como qualquer outro, e a forma mais expressiva de comunicação, porque se perpetua.

No entanto, quem escreve se expõe, tal como agora faço, mas o que seria das profissões se não fossem os documentos que legitimam a ação dos seus profissionais? Além do mais, o debate que advém dos artigos e dos materiais escritos possibilitam o crescimento profissional.

No cotidiano da nossa prática acadêmica, observamos a quantidade de verdadeiros doutores “honoris causa”, que detém um saber profissional invejável, mas que afirmam que o fato de escrever sobre a sua prática é um desafio. No entanto, escrever é uma questão de hábito, e escrever sobre o que se faz é uma contribuição imensurável à evolução da profissão.

Escrever é tão importante, que a prova de redação no vestibular e a prova de português nos concursos públicos têm características eliminatórias, e têm sido responsáveis pela reprovação de muitos profissionais gabaritados tecnicamente, que, ao serem eliminados, deixam um vácuo difícil de ser preenchido.

Assim, profissionalmente, você é aquilo que você faz, fala e escreve, não necessariamente nessa ordem, porque essas formas se interpenetram, e, sem dúvida, é nesse tripé que a imagem profissional encontra apoio. Concluindo, quem faz e não fala sobre o que faz; quem faz, fala e não escreve sobre o que faz; e quem escreve, fala e não faz, deixa a desejar como profissional.

Boas práticas de humanização na atenção e na gestão do SUS

A Política Nacional de Humanização - PNH, vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/Ministério da Saúde, apresenta aos gestores, usuários e trabalhadores da saúde, o Banco de Projetos "Boas Práticas de Humanização na Atenção e na Gestão do Sistema Único de Saúde" que tem por objetivo divulgar experiências bem sucedidas, as quais constituem retratos do SUS que dá certo.

Partindo do pressuposto que não basta conhecer, mas necessário se faz celebrar e publicizar as ações que possam servir de exemplo para os que desejam melhorar o SUS a cada dia, a PNH compartilha com a Sociedade Brasileira algumas práticas em saúde que modificam realidades e qualificam a atenção e a gestão do/no Sistema Único de Saúde.

E pretende ainda, por meio desse Banco de Projetos, promover a troca de conhecimentos, assim como a criação de redes de cooperação entre os serviços e organizações de saúde. Esse Projeto parte da positividade e aponta toda a potencialidade de avançarmos na efetivação do "SUS como política pública em defesa da vida", reconhecendo que Estados, Municípios e Serviços de Saúde estão implantando e implementando práticas de humanização nas ações de atenção e gestão, com bons resultados.

Informações: olga.matoso@saude.gov.br

Fonte: Ministério da Saúde http://www.saude.gov.br/

Perícia Criminal por Enfermeiros - Novo Desafio

Por Dr. Klinger Fontinele Júnior

A Enfermagem brasileira, historicamente conhecida pelas batalhas conquistadas ao longo de sua estruturação enquanto profissão e ciência perante a sociedade e os poderes constituídos, mais uma vez terá que lutar para tornar realidade o exercício de um direito que já é seu legalmente.

Enquanto acadêmico de uma recém-nascida universidade do Norte do País, muitas vezes perguntava-me: - Qual o limite de minha futura profissão? E, nestes momentos reflexivos, sempre vinha-me a mente a seguinte sentença: - Os limites são contextuais portanto, o que é um limite hoje, pode não sê-lo amanhã!

Nessa assertiva e, utilizando os conhecimentos adquiridos ao longo de anos de dedicação a docência, pesquisa e elaboração de livros para a área, além da experiência conquistada no exercício da função de assessoramento técnico-legislativo, resolvi iniciar estudos no sentido de fomentar a abertura de novos campos de atuação profissional no exercício da Enfermagem.

Lendo e analisando exaustivamente toda a legislação brasileira afeta ao exercício da Enfermagem, além da legislação adstrita ao exercício da perícia criminal, descobri, entre outras coisa, que:

- Tecnicamente falando existem dois tipos de perícias criminais: as genéricas, realizadas por qualquer profissional de nível superior, devidamente concursado pelo respectivo órgão oficial de criminalística, e devidamente qualificado, por este órgão, para o exercício da função; e as específicas, realizadas por profissionais que - por força de lei - são detentores da exclusividade na execução das mesmas.

- A legislação federal do Brasil, mais precisamente o Código de Processo Penal e Código de Processo Civil - únicas leis que citam, de forma específica a função pericial, só determina, como exigência legal, que os peritos oficiais possuam nível superior; e em nenhum momento impedem que a Enfermagem exerça tal função.e Como a legislação federal deixa em aberto as possíveis especificações e exigências técnico-científicas dos postulantes ao cargo de perito criminal oficial, segundo o entendimento jurídico corrente, compete então, aos Estados da Federação o disciplinamento da matéria.

- A Lei nº 7.498/86 (Lei do Exercício Profissional da Enfermagem no Brasil), determina como função privativa do Enfermeiro a emissão de parecer sobre matéria de Enfermagem.Diante disto resolvi preparar um relatório técnico-legislativo a fim de justificar uma Proposta de Emenda Constitucional à Constituição do Estado do Amapá, prevendo, em seu art. 90, o profissional Enfermeiro como apto a exercer a função pericial oficial constante do órgão oficial de perícia do Estado.

Tal iniciativa, como de costume, gerou uma série de especulações e ataques desprovidos de substância e coerência por parte de alguns grupos profissionais que hoje detêm esse mercado como se dele fossem os senhores supremos e donos da verdade absoluta.A resposta a tais ataques relevou a esfera de litígio, indo reverberar no maior Congresso da Área de Saúde da América Latina (Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem - CBCENF), que desta vez, em sua 6ª edição, realizou-se em Florianópolis-SC, entre os dias 08 e 12 de setembro de 2003.

No citado evento, fui convidado para palestrar sobre a matéria em tela, tendo tido a mesma, após minha explanação excepcional repercussão e aceitação dentro da categoria, refletindo desta feita, na efetivação de convites a minha pessoa, por vários COREN's, para realização de palestras desta natureza em seus respectivos Estados.

Abriu-se mais uma porta para o desenvolvimento de nossa gloriosa profissão. Agora o sonho passa a ser realidade, que só será efetivada na união de forças da categoria, forças essas que terão de se fazer presentes em todos os poderes constituídos, federais e estaduais, a fim de se assegurar esse direito que, segundo a lei, já é nosso!

A exemplo de muitos profissionais que já foram e ainda são boicotados, livipendiados, achacados e literalmente atacados quando na defesa de espaços para enfermagem, sofro também esses dissabores. Porém aprendi, quando abracei esta profissão, que ela, por natureza e princípios, representa fielmente uma expressão que marcou a todos os brasileiros em determinado momento histórico, que aqui tomo a liberdade de adequar ao presente contexto:

"Enfermagem! Ame-a ou deixe-a!"

Dr. Klinger Fontinele Júnior

Fonte:

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Gordura anula efeito da vitamina C, diz estudo


A laranja é uma boa fonte de vitamina C

A presença de gordura no estômago pode cortar os efeitos anticancerígenos da vitamina C, segundo um estudo da Universidade de Glasgow.

Fazendo experiências em laboratório, uma equipe de cientistas simulou o que acontece no estômago humano, e descobriu que a vitamina C (ácido ascórbico) neutraliza compostos com potencial cancerígeno que são formados quando a saliva e o alimento se misturam com o ácido no estômago.

Mas quando eles acrescentaram gordura à mistura, o ácido ascórbico não foi capaz de transformar os componentes nocivos em substâncias inofensivas.

A pesquisa foi apresentada em uma conferência da Society of Experimental Biology.

Câncer

Os cientistas dizem que as descobertas mostram como a dieta pode estar associada a alguns tipos de câncer do estômago.

Acredita-se que os nitratos, presentes na saliva e também em alimentos, são capazes de provocar o câncer do sistema gástrico.

Quando o nitrato é engolido e cai no ambiente ácido do estômago, ele forma substâncias que têm a capacidade de converter uma gama de outras substâncias presentes no estômago em agentes com potencial para causar o câncer - os compostos N-nitrosos.

Antioxidantes como o ácido ascórbico evitam a formação dessas substâncias ao converter os nitratos em óxido nítrico.

Os cientistas descobriram, no entanto, que quando a gordura está presente, ela reage com o óxido nítrico para formar novamente os nitratos.

"Estes resultados mostram que a presença de lipídios pode alterar os efeitos protetores dos antioxidantes e que uma dieta rica em gordura pode infuenciar diretamente a bioqúimica gástrica", disse a coordenadora do estudo, Emilie Combet.

Comentando o estudo, a especialista da British Nutrition Foundation Bridget Aisbitt disse: "Câncer é uma doença complexa que se desenvolve durante muitos anos por causa de vários fatores genéticos e ambientais, então é muito importante que não se sugira que apenas um fator pode causar o câncer."

Ela acrescentou que antioxidantes compatíveis com a gordura, como o betacaroteno, podem também neutralizar os compostos nitrosos.

"Esta é mais uma razão para que se enfatize a importância de uma dieta balanceada onde refeições ricas em gordura não sejam freqüentes e cinco porções de frutas e legumes - nossa fonte principal de vitamina C - sejam consumidas por dia."

Fonte: BBC Brasil

Retirado do site:

terça-feira, 10 de abril de 2007

Enzimas convertem sangue de todos os tipos em O


O sangue do tipo O tem aplicação universal

Cientistas desenvolveram uma forma de converter um tipo sangüíneo em outro.

A técnica permite potencialmente que sangue dos tipos A, B e AB sejam convertidos para o tipo O, chamado de "tipo universal", porque pode ser usado com segurança em transfusões para qualquer paciente.

O método, que emprega enzimas recém-descobertas, pode ajudar a aliviar a escassez de sangue para transfusões.

O trabalho, liderado pela Universidade de Copenhage, na Dinamarca, foi noticiado na revista Nature Biotechnology.

Injetar em um paciente sangue incompatível com o seu próprio durante uma transfusão pode acarretar risco de vida.

As células do sangue dos tipos A e B contém uma ou duas moléculas diferentes de açúcares, conhecidas como antígenos, que podem provocar uma resposta imunológica.

As pessoas com sangue do tipo AB têm os dois tipos de moléculas, e as do tipo O não possuem nenhuma delas.

As pessoas produzem anticorpos contra os antígenos que não possuem.

Isto significa que o sangue do tipo A, B e AB só pode ser dado a pacientes com sangue compatível, enquanto o tipo O pode ser dado a qualquer pessoa.

A nova técnica funciona com o uso de enzimas de bactérias que retiram moléculas de açúcar da superfície de glóbulos vermelhos.

Depois de uma busca que incluiu 2,5 mil fungos e bactérias, os pesquisadores descobriram duas bactérias - Elizabethkingia meningosepticum e Bacterioides fragilis - que contém enzimas potencialmente úteis.

Eles descobriram que enzimas das duas bactérias puderam remover os antígenos A e B dos glóbulos vermelhos.

Testes

Mas os pesquisadores dizem que serão necessários testes com pacientes antes que o método de conversão possa ser usado em hospitais.

Em artigo na mesma publicação, os especialistas Geoff Daniels, do Bristol Institute for Transfusion Sciences, e Stephen Withers, da Universidade de British Columbia, no Canadá, elogiaram a pesquisa.

Segundo eles, o uso de enzimas para converter tipos sangüíneos foi proposto há muito tempo, mas se provou pouco prático por causa da ineficácia e incompatibilidade das enzimas disponíveis.

Mas eles dizem que as enzimas descobertas no último estudo podem, finalmente, contornar esse problema.

"O método deles pode permitir a fabricação de glóbulos vermelhos universais, que reduziriam substancialmente a pressão sobre o armazenamento de sangue."
O novo processo não pode fazer nada sobre um outro antígeno que pode provocar uma resposta imunológica. Sangue que tem este antígeno é conhecido como Rh-positivo.

Isto significa que só sangue Rh-negativo pode ser usado para criar novos suprimentos do novo tipo de sangue O.

Fonte: BBC Brasil

Retirado do site :

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Proposta quer regulamentar salas exclusivas para fumar

A Anvisa colocou em consulta pública, por 30 dias, uma proposta que pretende regulamentar o funcionamento das salas destinadas exclusivamente para o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos derivados do tabaco.

Atualmente, o uso desses produtos só é permitido em áreas ao ar livre ou em ambientes coletivos convenientemente arejados. Com o novo regulamento, deverão ser obedecidos requisitos mínimos para o funcionamento de salas exclusivas para fumar.

Pela proposta, a sala exclusiva para fumar deve possuir sistema de climatização específico, de forma a reduzir o acúmulo de fumaça no seu interior e impedir a sua transposição para outros ambientes. Os materiais e mobiliário dos recintos devem ser feitos de materiais não combustíveis e que minimizem a absorção da fumaça.

No interior da sala será proibido o exercício de atividades de entretenimento, o consumo de produtos alimentícios e a comercialização de produtos derivados do tabaco, entre outras restrições. As salas devem ter ainda cinzeiros com caixa de areia e frases e imagens de advertência definidas pela Agência.

Quanto à infra-estrutura, o texto estabelece que as salas tenham no mínimo 4,8m², e pelo menos 1,2m² por fumante. O acesso a esses recintos será proibido para menores de 18 anos.
Confira a proposta completa da Consulta Pública nº 29 . Críticas ou sugestões podem ser encaminhadas até o dia 1º de maio, pelo Fórum da Anvisa ou para o e-mail controle.tabaco@anvisa.gov.br, com a designação do assunto “salas exclusivas para fumar”.

As contribuições também serão recebidas por escrito, para o seguinte endereço: Gerência de Produtos Derivados do Tabaco/ ANVISA, Praça Mauá nº 7 19º andar, Rio de Janeiro, RJ, CEP.20081-705 ou para o Fax (021) 32323588.

domingo, 8 de abril de 2007

Áreas de atuação dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem


"Eles representam a grande maioria do quadro de colaboradores do Serviço de Enfermagem são profissionais de nível médio que executam e checam os cuidados de enfermagem de pouca ou média complexidade".
Trabalham em hospitais, clínicas, serviços sociais, ou ainda em domicílios. São assalariados, com carteira assinada, ou trabalham por conta própria, prestando serviços temporários em clínicas ou em residências. Organizam-se em equipe, atuando com supervisão permanente de enfermeiro ou outro membro de equipe de saúde, de nível superior. Trabalham em ambientes fechados e com revezamentos de turnos, ou confinados em embarcação, no caso do auxiliar de saúde (navegação marítima). É comum trabalharem sob pressão, levando à situação de estresse. Em algumas atividades, podem ser expostos à contaminação biológica, material tóxico e à radiação.

Áreas de Atividades:

- Efetuar procedimentos de admissão;
- Prestar assistência ao paciente;
- Administrar medicação prescrita;
- Auxiliar equipe técnica em procedimentos específicos;
- Realizar instrumentação cirúrgica;
- Promover saúde mental;
- Organizar ambiente de trabalho;
- Dar continuidade aos plantões;
- Trabalhar com biossegurança e segurança

Competências Pessoais:

- Trabalhar com ética;
- Respeitar paciente;
- Zelar pelo conforto de paciente;
- Preservar integridade física de paciente;
- Ouvir atentamente (saber ouvir);
- Observar condições gerais de paciente;
- Demonstrar compreensão;
- Manter ambiente terapêutico;
- Levar paciente à auto-suficiência;
- Manipular equipamentos;
- Apoiar psicologicamente o paciente;
- Calcular dosagem de medicamentos;
- Participar em campanhas de saúde pública;- Incentivar continuidade de tratamento.

► Técnico de Enfermagem:

Profissional pertencente à área da saúde, integrante da equipe de enfermagem sob supervisão do enfermeiro, com exercício regulamentado pela lei do exercício profissional, com capacitação para desenvolver ações de promoção, recuperação da saúde, prevenção de doenças e reabilitação à sociedade, quer no âmbito individual quanto no coletivo.Atuante como agente de transformação da realidade em que se insere através dos processos de trabalho em enfermagem, tendo como bases a fundamentação técnico-científica específica, a visão ético-política e educativa que contribuam para a qualidade assistencial.

Competência Geral: São competências gerais do técnico de enfermagem as determinadas na legislação vigente.

Competência Específica: São competências específicas do Técnico de Enfermagem, respeitando as determinações da Lei do Exercício Profissional, do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, da Resolução CEB nº 4/99, das normas institucionais e da supervisão do enfermeiro:

 Compreender o processo saúde/doença com determinação social, reconhecendo no mercado de trabalho a estrutura organizacional formal e informal, a cultura e política institucional, as funções e responsabilidades de cada membro da saúde, enquanto prestadores de serviço ao cliente interno e externo;
 Prestar assistência de enfermagem integral ao cliente em todos os níveis de atendimento a saúde tendo como bases a fundamentação técnico-científica específica em Enfermagem  Participar como agente de transformação nos diferentes processos de trabalho da enfermagem;  Realizar atividades de cunho administrativo relacionado a recursos materiais, ambientais e humanos, conhecendo a dimensão intelectual e a operacional deste processo;  Desenvolver competências e habilidades necessárias para a assistência de enfermagem especializada ao paciente/cliente dentro de seu âmbito de atuação.

► Auxiliar de Enfermagem:

Profissional pertencente à área da saúde, integrante da equipe de enfermagem sob supervisão do enfermeiro, com exercício regulamentado pela lei do exercício profissional, com capacitação para desenvolver ações de promoção, recuperação da saúde, prevenção de doenças e reabilitação à sociedade, quer no âmbito individual quanto no coletivo.

Competência Geral: São competências gerais do Auxiliar de Enfermagem as determinadas na legislação vigente.

Competência Específica: São competências específicas do Auxiliar de Enfermagem, respeitando as determinações da Lei do Exercício Profissional, do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, da Resolução CEB nº 4/99, das normas institucionais e da supervisão do enfermeiro:

 Compreender o processo saúde/doença com determinação social, reconhecendo no mercado de trabalho a estrutura organizacional formal e informal, a cultura e política institucional, as funções e responsabilidades de cada membro da saúde, enquanto prestadores de serviço ao cliente interno e externo;
 Prestar assistência de enfermagem integral ao cliente em todos os níveis de atendimento a saúde tendo como bases a fundamentação técnico-científica específica em enfermagem, respeitando normas de segurança no trabalho e ambientais;
 Participar como agente de transformação nos diferentes processos de trabalho da enfermagem;
 Desenvolver competências e habilidades necessárias para a assistência de enfermagem especializada ao paciente/cliente dentro de seu âmbito de atuação.
Fonte: http://www.enfermagemvirtual.com.br/enfermagem/principal/conteudo.asp?id=1048

Procura-se doutores


Fazendo um treinamento na área de saúde, você melhora o seu currículo e ainda tem a oportunidade de trabalhar de verdade no Reino Unido.

Exercer a carreira profissional que você escolheu ainda no Brasil ao morar no Reino Unido não é tarefa fácil e nem é uma oportunidade aberta para todos. No entanto, para aquelas profissões cuja demanda é imensamente maior do que a procura, o Reino Unido abre os braços – uma boa notícia se você é médico, dentista, ou formado em enfermagem. Isso não quer dizer que é fácil conseguir – não basta chegar ao país e começar a trabalhar. São inúmeros os requerimentos e, além disso, é essencial que já tenha um conhecimento de inglês acima da média. Já pensou não entender nada do que o paciente está sentindo?

A maneira mais fácil é começar fazendo um treinamento, e a preparação para isso pode levar mais de um ano, tempo mínimo que os órgãos da áera de saúde pedem que o contato seja feito. Você vai receber uma lista de vagas para treinamento, e embora elas sejam abertas a candidatos tanto do Reino Unido quanto de fora do país, existe uma lei que proíbe qualquer forma de discriminação, incluindo contra a nacionalidade. Você tem que garantir a possibilidade de uma vaga antes de vir ao Reino Unido. Parece trabalhoso, mas os salários são tão atrativos que pode valer a pena investir nisso. Por falar em gastos e investimentos, é possível que você tenha ainda que pagar taxas de inscrição no conselho profissional de sua área para poder atuar.

Além disso, para médicos, enfermeiros ou dentistas, existem vagas espalhadas por todo o Reino Unido que eles não conseguem preencher com a mão-de-obra local. Mas para começar a trabalhar você precisa passar por uma espécie de treinamento e provar que, além de qualificado para exercer sua profissão, você é capaz de se comunicar bem em língua inglesa. E não só de boa gramática esse conhecimento se sustenta. Se um paciente disser, por exemplo “I’d like to spend a penny”, não ajuda em nada você traduzir ao pé da letra e entender que ele quer gastar um centavo – o cidadão está tentando te dizer em outras palavras que está com vontade de ir ao banheiro.

A permissão para trabalhar no Reino Unido é, inicialmente, restrita ao tempo de treinamento, mas existem formas de extender essa temporada caso você tenha emprego garantido no fim do período. O mais fácil é que tudo seja feito enquanto você estiver ainda no Brasil, inclusive pedindo um “Entry Clearance”, uma espécie de visto prévio que deve ser fornecido pelo Consulado Britânico no Rio de Janeiro.

Caso você deixe para pedir a permissão de entrada quando chegar ao país, vai ter que ter todos os documentos em mãos, e ainda convencer o funcionário da imigração de suas quailificações. O que não é fácil, como bem sabe Alex Santos, dentista que trabalha atualmente como garçom. “Eu cheguei aqui em 2000 com os papéis todos na mão e pedindo autorização para trabalhar como dentista, mas eles disseram que eu deveria ter dado entrada no processo enquanto eu estava ainda no Brasil. Por sorte me deram um visto de turista que depois eu troquei pelo de estudante”, explica.

Enfermeiros

Quando você se registra no Nursery and Midwifery Council (NMC), você recebe um número de referência e uma identificação pessoal que devem ser apresentados quando você se candidata a um work permit. O órgão vai se certificar de que a qualificação que você tem é equivalente ao que é exigido no Reino Unido, mas provavelmente você vai precisar ainda completar um período de prática sob supervisionamento, que dura de três a seis meses e que acontece em um dos estabelecimentos autorizados pelo conselho. Isso deve estar detalhado na carta que você vai receber do NMC depois que se candidatar a uma vaga. Caso você seja bem sucedido nesse treinamento, você ganha o registro de autorização para trabalho.

A maneira mais fácil é, no entanto, entrar como estudante de enfermagem. Para isso, você precisa providenciar matrícula em um curso em uma instuição de ensino de enfermagem que seja devidamente reconhecida. Você tem que mostrar que não pretende trabalhar de outra forma que não na área de enfermagem. O seu visto inicial vai ter duração de acordo com o tempo de curso. Você pode estudar por até quatro anos com esse tipo de visto, sendo que ele deve ser renovado a cada ano.

Por causa do baixo número de profissionais da área no Reino Unido, essa é uma profissão valorizada no país. Cerca de 30% dos trabalhadores em enfermagem são contratados fora do Reino Unido. O salário inicial de um enfermeiro ou enfermeira começa em £ 16.000 por ano, embora a média de pagamento fique em torno de £ 19.000 a £ 20.000. Para enfermeiros experientes, a média salarial é entre £ 29.000 e £ 30.000. Mas isso pode chegar a ainda mais, dependendo da cidade em que se trabalha (em Londres, por exemplo, enfermeiros ganham £ 3.000 a mais), horários e outros acordos com o empregador. Nada mal.

Informações

Todos os formulários necessários podem ser encontrados no site:
www.workingintheuk.gov.uk

sábado, 7 de abril de 2007

Novo medicamento contra HIV tem resultados promissores

Darunavir é um tipo de droga que impede que o HIV se reproduza no sangue (05/04/2007)

NOVA YORK - Um novo medicamento para combater o vírus HIV apresentou resultados altamente promissores em testes, quando combinados com tratamentos já existentes, disseram pesquisadores espanhóis.

Darunavir foi ministrado a pacientes em estado avançado da infecção por HIV, seguindo uma dose pequena do antiretroviral em uso ritonavir.

Há uma necessidade de novas drogas antiretrovirais, na medida em que os atuais tratamentos começam a ser ineficazes depois de vários anos.

O estudo, feito por uma equipe de um hospital de Barcelona, foi divulgado na revista The Lancet. Darunavir é um novo inibidor de protease, um tipo de droga que impede que o HIV se reproduza bloqueando a ação da enzima protease.

Pacientes recebem a atual terapia combinada sozinha, ou a mesma combinação com o acréscimo de duas doses diárias de darunavir e ritonavir.

Os pesquisadores verificaram o impacto das drogas ao medir a quantidade de material genético do HIV (RNA) no sangue dos pacientes depois de 48 semanas.

O RNA é uma molécula que se parece com o DNA e que tem o potencial para desativar genes que podem causar danos ao organismo.

Os pesquisadores espanhóis descobriram que 61% dos pacientes que tomavam a nova droga conseguiram uma redução de dez vezes em comparação à redução de apenas 15% dos integrantes de um grupo de controle.

Quase a metade (45%) dos pacientes que tomavam darunavir-ritonavir tiveram reduzida a concentração de RNA do HIV a menos de 50 cópias por mililitro de sangue - o menor valor registrável.Só 10% do grupo de controle conseguiu isso.

Imunidade

O número de células-chave do sistema imunológico, CD4, em pacientes que tomavam a nova combinação de drogas também aumentou uma média de 102 células por micro litro (medida equivalente a um milésimo de mililitro), em comparação a um aumento de apenas 19 células por micro litro no grupo de controle.

Estudos anteriores mostraram que menos de 10% dos pacientes em terapia regular combinada cuja contagem de CD4 aumenta em mais de 100 células por micro litro acabaram desenvolvendo Aids e morreram em três anos.

Em comparação, 85% daqueles com um aumento da contagem de CD4 de menos de 25 células por micro litro desenvolveram Aids, ou morreram em um mesmo período.

Rodger MacArthur, da Universidade Estadual de Wayne, na cidade americana de Detroit, disse que são necessárias mais pesquisas para estabelecer plenamente o impacto da droga.

Mas ele disse: "Por enquanto, todos nós que tratamos de indivíduos infectados com HIV, provavelmente vamos nos alegrar com a disponibilidade de darunavir, que parece ser um agente seguro, bem tolerado e verdadeiramente eficaz contra HIV resistente a várias drogas."

Roger Pebody, do Terrence Higgins Trust, disse: "Darunavir pode fazer uma diferença real para pessoas com HIV que são resistentes a outras drogas."

"É um em um punhado de novos tratamentos que estão transformando a perspectiva para as pessoas que não podem controlar o seu HIV com as terapias combinadas existentes."

"É fantástico que os tratamentos estejam avançando e oferecendo esperança para pessoas que podem ter achado antes suas opções de tratamento muito limitadas".

quarta-feira, 4 de abril de 2007

As Atividades da Enfermagem na Unidade de Emergência

Marco Paulo Valeriano de Brito


A Associação Americana de Enfermagem (ANA) estabeleceu os "Padrões da Prática de Enfermagem em Emergência" em 1983, tendo como referência padrões definidos classificando os enfermeiros de emergência em três níveis de competência. O primeiro nível requer competência mínima para o enfermeiro prestar atendimento ao paciente traumatizado; no segundo nível este profissional necessita formação específica em enfermagem de emergência e no último nível o enfermeiro deve ser especialista em área bem delimitada e atuar no âmbito pré e intra-hospitalar.

A equipe de enfermagem do setor de emergência do Hospital é composta por:

Enfermeiros clínico-cirúrgicos emergencistas;
Enfermeiros de protocolo (acolhimento – pré-atendimento);
Enfermeiros coordenadores;
Técnicos de enfermagem e Auxiliares de Enfermagem.

Em relação às atividades assistenciais exercidas pelo enfermeiro, salientamos abaixo as principais:

- elabora, implementa e supervisiona, em 1conjunto com a equipe médica e multidisciplinar, o Protocolo de Atenção em Emergências (PAE) nas bases do acolhimento, pré-atendimento, regulação dos fluxos e humanização do cuidado;
- presta o cuidado ao paciente juntamente com o médico;
- prepara e ministra medicamentos;
- viabiliza a execução de exames complementares necessários à diagnose;
- instala sondas nasogástricas, nasoenterais e vesicais em pacientes;
- realiza troca de traqueotomia e punção venosa com cateter;
- efetua curativos de maior complexidade;
- preparam instrumentos para intubação, aspiração, monitoramento cardíaco e desfibrilação, auxiliando a equipe médica na execução dos procedimentos diversos;
- realiza o controle dos sinais vitais;
- executa a consulta de enfermagem, diagnóstico, plano de cuidados, terapêutica em enfermagem e evolução dos pacientes registrando no prontuário;
- administra, coordena, qualifica e supervisionam todo o cuidado ao paciente, o serviço de enfermagem em emergência e a equipe de enfermagem sob sua gerência.


Dentre as atividades administrativas efetuadas pelo enfermeiro, destacam-se:

- realiza a estatística dos atendimentos ocorridos na unidade;
- lidera a equipe de enfermagem no atendimento dos pacientes críticos e não críticos;
- coordena as atividades do pessoal de recepção, hotelaria, limpeza e portaria;
- soluciona problemas decorrentes com o atendimento médico-ambulatorial;
- aloca pessoal e recursos materiais necessários;
- realiza a escala diária e mensal da equipe de enfermagem;
- controla estoque de material, insumos e medicamentos;
- verifica a necessidade de manutenção dos equipamentos do setor.

Em relação às atividades de ensino exercidas pelo enfermeiro, ressaltamos que este profissional na sua prática diária orienta a equipe de enfermagem na realização da pré-consulta e promove treinamento em serviço sobre os protocolos de atendimento e novos procedimentos, educação continuada e permanente inerente às atividades de enfermagem em emergências.

No Hospital, existe um setor específico para o desenvolvimento de programas de educação continuada, no qual atua um enfermeiro responsável em implementar programas, cujos propósitos consistem em sanar dificuldades evidenciadas na prática da enfermagem e promover o aprendizado de novos conhecimentos sobre os avanços ocorridos na área da saúde.

A seguir, as principais atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem:
- realiza a pré-consulta, verifica os sinais vitais e anota a queixa atual do paciente;
- acomoda o paciente na sala de urgência/emergência, e instala o monitor cardíaco;
- instala soroterapia, sonda vesical e sonda nasogástrica;
- administra medicamentos;
- prepara o material e circula a sala de procedimento de sutura;
- prepara o material de punção subclávia e/ou dissecção de veia e auxilia a equipe médica;
- encaminha o paciente ao RX e exames complementares;
- realiza a evolução e a anotação dos pacientes em observação.

O papel do enfermeiro na unidade de emergência consiste em obter a história do paciente, fazer exame físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas vitais". O enfermeiro desta unidade é responsável pela coordenação da equipe de enfermagem e é uma parte vital e integrante da equipe de emergência.

“Os enfermeiros das unidades de emergência aliam a fundamentação teórico-científica (imprescindível) à capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional”. Por isso, a constante atualização desses profissionais, é necessária pois, desenvolvem com a equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situações inesperadas de forma objetiva e sincrônica na qual estão inseridos.

O enfermeiro que atua nessa unidade necessita ter "conhecimento científico, prático e técnico, afim de que possa tomar decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda equipe e principalmente diminuindo os riscos que ameaçam a vida do paciente".

Frente às características específicas da unidade de emergência, o trabalho em equipe se torna crucial. O enfermeiro "deve ser uma pessoa tranqüila, ágil, de raciocínio rápido, de forma a se adaptar, de imediato, a cada situação que se apresente à sua frente". Este profissional deve estar preparado para o enfrentamento de intercorrências emergentes necessitando para isso conhecimento científico e competência clínica (experiência).

Ao reportar o conjunto das atividades desenvolvidas pelos enfermeiros de emergência do Hospital em que atuamos, podemos afirmar que apesar destes profissionais estarem envolvidos na prestação de cuidados diretos ao paciente, em muitos momentos existe uma sobrecarga das atividades administrativas em detrimento das atividades assistenciais e de ensino.

Esta realidade vivenciada pelos enfermeiros vem ao encontro da literatura quando analisa a função administrativa do enfermeiro no contexto hospitalar e aborda que este profissional "tem se limitado a solucionar problemas de outros profissionais e a atender as expectativas da instituição hospitalar, relegando a plano secundário a concretização dos objetivos do seu próprio serviço".

Entendo a necessidade dos enfermeiros repensarem a sua prática profissional pois, "quando o enfermeiro assume sua função primordial de coordenador da assistência de enfermagem, implementando-a por meio de esquema de planejamento, está garantindo o desenvolvimento de suas atividades básicas (administrativas, assistenciais e de ensino) e promovendo, conseqüentemente, a melhor organização do trabalho da equipe, que passa a direcionar seus esforços em busca de um objetivo comum que é o de prestar assistência de qualidade, atendendo as reais necessidades apresentadas pelos pacientes sob seus cuidados".

Frente ao exposto, acredito que o exercício de uma liderança eficaz pelo enfermeiro de unidade de emergência seja um caminho para a implantação de mudanças do quadro assistencial caótico em que se encontram as emergências abertas. "A rotina do trabalho em pronto socorro coloca, muitas vezes, os enfermeiros em situação que exige, além do domínio do conhecimento, a rapidez de raciocínio no sentido de tomar decisões pertinentes ao diagnóstico, ora com um único paciente, ora com um grande número de vítimas". Ao meu juízo penso que nesse cenário, a importância da liderança fica clara.

Na literatura brasileira, alguns estudos abordam que a liderança é fundamental para o trabalho diário do enfermeiro, mas para o seu exercício eficaz este profissional precisa buscar meios que viabilizem o desenvolvimento da habilidade de liderar; dentre estes destacamos o aprendizado baseado na experiência profissional e na educação formal.

O primeiro passo para o enfermeiro efetivamente exercer uma liderança eficaz, consiste na busca de estratégias que possibilitem esse profissional conhecerem a si mesmo e para a eficácia do processo de liderar o enfermeiro necessita conhecer as necessidades e expectativas pessoais e profissionais dos membros da equipe de enfermagem.

Realizando um estudo para identificar as características desejáveis de um líder eficaz que atua em unidade de emergência, dentre as características apontadas pelos atores participantes do estudo, a habilidade de comunicação, conhecimento na área clínica, profissionalismo e habilidade em incentivar sua equipe de trabalho foram salientadas como as mais importantes e necessárias aos enfermeiros.

Na unidade de emergência, em que realizamos o estudo, as atividades de enfermagem são organizadas de acordo com a modalidade de Assistência Trabalho em Equipe (ATE). Assim desenvolvemos uma pesquisa sobre a liderança do enfermeiro que atua nesse setor, tendo como referencial teórico a Liderança Situacional (modelo de liderança proposto por Hersey e Blanchard). Os resultados evidenciaram que os enfermeiros da unidade de emergência exercem e deveriam adotar com o pessoal técnico e auxiliar de enfermagem estilos de liderança participativos em modelos de gerenciamento colegiado.

Os resultados de análise da liderança do enfermeiro em unidades de internação e de atendimento ao trauma demonstraram que houve predominância das características de liderança instrumental dos enfermeiros, ou seja, esses profissionais estavam orientados para o alcance dos objetivos, definição de funções e responsabilidade, criação de sistemas de controle e recompensa do trabalho desenvolvido na unidade.

Ao reportar os estudos referidos podemos afirmar que para o enfermeiro de unidade de emergência exercer a liderança de forma eficaz esse profissional precisa buscar meios para realizar o gerenciamento da assistência de enfermagem visualizando as reais necessidades do paciente, conciliando os objetivos organizacionais com os objetivos da equipe de enfermagem.

Em síntese, o enfermeiro necessita compreender o processo de liderar e desenvolver as habilidades necessárias; dentre elas, salientamos a comunicação, o relacionamento interpessoal, tomada de decisão e competência clínica, bem como aplicá-las na sua praxe profissional.

Entendo que investimentos dos órgãos formadores e das instituições de saúde, na formação do enfermeiro-líder, são cruciais para torná-lo um agente de mudanças com o propósito de fornecer estratégias que possibilitem a melhoria da instituição, da equipe de enfermagem e principalmente da assistência prestada ao paciente/cliente.



MARCO PAULO VALERIANO DE BRITO

Enfermeiro-sanitarista, Pós-graduado em gestão em saúde pela ENSP/FIOCRUZ Especialista em Administração Pública pelo ISAPE/FESP-RJ, Gerente de Projeto – Assessor-técnico do DGH/SAS/MS-RJ,Diretor-Adjunto Interino do HGB – Rio de Janeiro
Retirado do site do HOSPITAL GERAL DE BONSUCESSO.

terça-feira, 3 de abril de 2007

INCA abre inscrições para o 2º Congresso Internacional de Controle de Câncer

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) abriu as inscrições para o 2º Congresso Internacional de Câncer. O evento, que será realizado de 25 a 28 de novembro, reunirá mais de 500 dos maiores especialistas do mundo da área de saúde. Organizado pelo INCA e com o apoio da Organização Mundial de Saúde, o encontro tem como objetivo discutir o controle do câncer como um problema de saúde pública, devido a seu impacto social, econômico e financeiro.
As inscrições podem ser feitas via formulário eletrônico pelo site http://www.cancercontrol2007.com/. As propostas, que podem ser enviadas até o dia 2 de julho, serão analisadas pelo Comitê de Avaliação de Trabalhos do Congresso. Os melhores trabalhos serão premiados. Os autores aprovados poderão participar das plenárias como oradores. Eles deverão efetuar a inscrição junto à Secretaria do Congresso até dia 31 de agosto, para ter direito à tarifa reduzida.
As apresentações orais terão a duração de cerca de 15 minutos e devem pertencer a uma das seguintes áreas: Semelhanças e diferenças entre o controle de doenças crônicas e o câncer: Estratégias de prevenção do câncer - avanços até a presente data e desafios para implementação; Novas abordagens e tecnologias adequando esforços renovados às realidades cultural e financeira: Controle do câncer e resultados - uso de indicadores em sistemas de saúde públicos e privados; O valor da proposta em investir no controle do câncer voltado à população; e Mobilização de uma comunidade global comprometida com a prática.
70 Anos de Saúde Pública - Este ano o INCA comemora 70 anos de saúde pública com um novo desafio: ampliar a articulação da sociedade em torno da Política Nacional de Controle do Câncer, lançada pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2005, que trata o câncer como problema de saúde pública. O congresso será um importante espaço para discussões entre vários atores, desde profissionais da área clínica, a gestores e profissionais da indústria, com o objetivo de diminuir as desigualdades e barreiras que impedem o uso das melhores práticas de controle do câncer.
A proposta do evento é gerar uma "colaboração global", unindo as partes mais interessadas aos melhores especialistas do mundo para trabalhar em conjunto à procura das melhores soluções para um efetivo controle do câncer. Para isso, será desenvolvido um fórum interativo com sessões plenárias, workshops, apresentações orais, em pôster e comunicações coordenadas.
Informações para a imprensa:Divisão de Comunicação SocialInstituto Nacional de Câncer
Tel: (21) 2506-6103 / 2506-6108Fax: (21) 2506-6880

Ausculta cardíaca

O Estetoscópio

É o aparelho habitualmente utilizado para realizar a ausculta, biauricular, composto por três peças: receptora, condutora e auricular. A parte receptora, quando em forma de campânula, sem o diafragma, aplicada suavemente sobre o precórdio, melhora a percepção dos ruídos de baixa freqüência. O tubo que compõe a peça condutora, deve ser de material semi-rígido, ter comprimento entre 25 e 30 cm e diâmetro interno de aproximadamente 5 mm.

Técnica de auscultação

Tanto quanto possível, deve ser efetuada em ambiente silencioso, com o paciente e o examinador em posições confortáveis, sem pressa e acompanhada de manobras que possam melhor evidenciar determinados eventos.

# Áreas de ausculta:

1) Tricuspídea= na parte baixa do esterno, junto à linha paraesternal esquerda;

2) Mitral ou da ponta= no local onde se identifica, pela palpação, o choque da ponta;

3) Aórtica= no segundo espaço intercostal direito, junto ao esterno;

4) Pulmonar= no segundo espaço intercostal esquerdo, na margem esternal;

5) Aórtica acessória= no terceiro espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno;

# Outras áreas para ausculta: a margem direita do esterno, o epigástrio, a região axilar, a região cervical.

# Mudanças de posição do paciente:

1) Lateralização de 45o, à esquerda - fenômenos relacionadas ao lado esquerdo e valva mitral;

2) Flexão do tronco - melhora a auscultação dos eventos de origem aórtica e pulmonar;

3) Mudança do decúbito dorsal para sentada ou ereta - melhor ausculta dos fenômenos relacionados ao prolapso de valva mitral.

# Outras manobras: incremento dos sopros originados nas câmaras direitas durante a inspiração e seu decréscimo durante a expiração.

Eventos acústicos: bulhas, sopros, estalidos, atritos.

Bulhas

Primeira bulha

A primeira bulha é um complexo composto de cinco grupos de vibrações

- vibrações de baixa freqüência e de pequena intensidade, que ocorrem no início da sístole, antecedendo ao aumento de pressão intraventricular, no início da sístole;

- três grupos de acidentes acústicos de média freqüência e de maior intensidade, considerados como responsáveis pelo caráter audível da primeira bulha;

- o último grupo é inaudível, baixa freqüência e pequena intensidade.

Teorias para explicar a gênese da primeira bulha:

i) a valvar

ii) a das condições hemodinâmicas vigentes no ventrículo esquerdo

i) Teoria valvar: as oscilações audíveis estariam relacionadas às vibrações das valvas mitral e tricúspide.

ii) Resultado da dinâmica vigente no interior da câmara ventricular esquerda: os componentes seriam originados pela movimentação da coluna sangüínea no interior do ventrículo esquerdo, ficando as estruturas valvares com um papel insignificante quanto à produção de sons audíveis.

Componentes:

o = originado pela contração da musculatura no início da sístole ventricular.

a = seria causado pela tensão e aceleração das paredes ventriculares esquerdas, determinada pela contração isovolumétrica associada à desaceleração da massa sangüínea;

b= estaria relacionado à brusca aceleração da coluna líquida e desaceleração das estruturas cardíacas, logo após a abertura da valva aórtica;

c= seria originado pela vibração conjunta da via de saída do ventrículo esquerdo, das paredes da aorta e da massa sangüínea;

d= o resultado de vibrações na aorta, associadas à da massa de sangue nela contida.


Segunda bulha

No final da sístole ventricular há contínuo decréscimo das pressões intraventriculares. Assim, quando a pressão nos dois ventrículos cai abaixo da dos grandes vasos, o sangue retorna e ocupa os orifícios aórtico e pulmonar, e as cúspides semilunares adossam-se umas às outras, contrapondo-se bruscamente ao fluxo retrógrado. Produz-se, então, impacto da coluna sangüínea sobre as valvas já fechadas, com vibrações da coluna líquida e das estruturas subjacentes (aparelho valvar, vias de saída dos ventrículos e paredes vasculares), responsáveis pela segunda bulha.


Terceira bulha

A terceira bulha normal, observada habitualmente em crianças e adolescentes e raramente em adultos, é um ruído de baixa freqüência que ocorre entre a proto e a mesodiástole.
É atribuída a vibrações provocadas pelo fluxo sangüíneo, que entra no ventrículo, na fase inicial da diástole (fase de enchimento rápido). Brusca desaceleração da coluna líquida de encontro às paredes ventriculares ao final da fase de enchimento rápido é a causa de aparecimento desta bulha.


Quarta bulha

Pode ser encontrada em crianças e adolescentes normais.
Admite-se que a quarta bulha é originada pela brusca desaceleração do fluxo sangüíneo mobilizado pela contração atrial, de encontro à massa sangüínea existente no interior do ventrículo, no final da diástole.

Alterações das bulhas cardíacas

Primeira bulha

Intensidade: normofonética, hipofonética ou hiperfonética.

Hipofonese: nas lesões da fibra cardíaca (IAM, cardiomiopatia); no aumento da cavidade ventricular esquerda (bradicardias, insuficiência mitral e aórtica).

Hiperfonese: por aumento da contratilidade ou diminuição da cavidade do VE ( hipertiroidismo, taquicardia, febre, estenose mitral, exercício físico); por processos que acometam a valva aórtica e a artéria aorta (HAS, coarctação da aorta); em condições patológicas que determinam sobrecarga das câmaras direitas (CIA, CIV, HAP).

Variações de intensidade: fibrilação atrial, BAVT.

Desdobramento da primeira bulha: amplos (idosos, HAS), curtos (estenose aórtica, síndromes hipercinéticos)


Segunda bulha

Timbre: metálico (alterações estruturais das lacínias aórticas e da porção inicial da aorta; esclerose e calcificação da valva, síndrome de Marfan).

Intensidade: normo, hipo ou hiperfonética.

Hipofonese: choque, estenose aórtica, estenose pulmonar.

Hiperfonese: hipertensão.

Desdobramento: variável (fisiológico); fixo (patológico: BRD, CIA, drenagem anômala das veias pulmonares ; paradoxal (patológico: BRE, estenose aórtica, HAS severa, PCA, CIV).


Terceira bulha

Sua presença sugere sobrecarga de enchimento ou comprometimento do miocárdio ventricular. Na primeira circunstância, há exagero da aceleração e desaceleração do fluxo sangüíneo durante a fase de enchimento rápido ventricular, propiciando seu aparecimento; na segunda, as condições de severo comprometimento das fibras miocárdicas são responsáveis pelo fenômeno auscultatório em questão, traduzindo aumento de complacência e diminuição da elasticidade do miocárdio ventricular e conseqüente fase de enchimento rápido anormal.

Os quadros hipercinéticos (exercício, febre, gravidez, hipertiroidismo, estados emocionais, hiper-hidratação), pelo hiperfluxo que determinam, criam condições para seu aparecimento. Da mesma maneira, o excesso de enchimento protodiastólico ventricular que ocorre em insuficiências atrioventriculares, comunicações interatriais e interventriculares, regurgitações aórtica e pulmonar, explica a existência de terceira bulha importante.

Na vigência de taquicardia, a terceira bulha, auscultada em sucessão à primeira e à segunda, pode lembrar o galopar de um cavalo: é o denominado "ritmo de galope".

Como se depreende, o galope protodiastólico ou de terceira bulha pode indicar graves alterações hemodinâmicas e disfunção contrátil do miocárdio ventricular, com sérias implicações prognósticas.


Quarta bulha

A quarta bulha é também observada em crianças e adolescentes normais, embora com menor freqüência que a terceira. Entretanto, em grupos etários mais avançados, sugere a probabilidade de alteração da complacência ventricular ou de hiperfluxo provocado pela contração atrial. Na primeira circunstância a contração atrial processa-se mais energicamente que em condições normais, tentando vencer a resistência ventricular a seu esvaziamento e provocando maior aceleração e conseqüente desaceleração da coluna sangüínea na telediástole ocasionando o aparecimento da quarta bulha. Este mecanismo parece estar presente nos casos de acentuada hipertrofia da musculatura ventricular (estenoses subaórtica, aórtica e pulmonar, hipertensões arteriais sistêmica e pulmonar), na angina do peito e no infarto agudo do miocárdio. O hiperfluxo provocado pela contração atrial, como pode ocorrer nas síndromes hipercinéticas e na comunicação interatrial, também pode ser responsável pelo aparecimento de quarta bulha. Freqüentemente, observa-se associação dos fatores acima para explicar a ocorrência de quarta bulha patológica.

Estalidos

Os estalidos são ruídos de freqüência relativamente mais elevada, de curta duração e de caráter estalante.

Estalidos sistólicos

Podem ser únicos ou múltiplos e, de acordo com sua ocorrência na sístole, proto, meso ou telessistólicos. Os estalidos protossistólicos ou de ejeção são atualmente admitidos como simples acentuação do componente c da primeira bulha, e originam-se na via de saída dos ventrículos. Podem ser observados em indivíduos normais em condições que determinam hiperfluxo na fase inicial da ejeção ventricular (estados hipercinéticos), ou em portadores de lesões valvares aórticas e pulmonares (estenose aórtica, estenose pulmonar). Ocasionalmente, o estalido de ejeção aparece nas afecções dos grandes vasos da base (síndrome de Marfan, dilatação idiopática da artéria pulmonar, aterosclerose da aorta). Existe ainda a possibilidade de que sejam gerados por associação de hiperfluxo na fase inicial de ejeção com alterações da valvas sigmóides ou dos grandes vasos (HAS, HAP, insuficiência aórtica, insuficiência pulmonar). Os estalidos protossistólicos ocorrem com maior freqüência que os meso e telessistólicos e dão à primeira bulha a impressão esteto-acústica de desdobramento.

Os estalidos meso e telessistólicos, únicos ou múltiplos, são originados, em geral, pela tensão de aderências pericárdicas ou pleuropericárdicas resultantes de inflamação prévia desses folhetos. No prolapso da valva mitral, durante a sístole ventricular, há projeção do limbo das lacínias mitrais em direção ao átrio esquerdo após o fechamento valvar, com produção de estalidos meso ou telessistólicos únicos ou múltiplos. Em geral ausculta-se estalido meso ou telessistólico inicial, às vezes seguido de sopro sistólico de intensidade variável, determinado pela regurgitação mitral. Os estalidos e o sopro sistólico apresentam variações evidentes às manobras respiratórias, à passagem da posição de decúbito dorsal horizontal para as posições sentada ou ereta e durante a inalação contínua do nitrito de amilo. Admite-se que essas variações são indicativas do estado funcional do ventrículo esquerdo, havendo antecipação dos estalidos quando há menor "carga"ventricular, possivelmente, por redução do enchimento diastólico.

Estalidos diastólicos

Ocorrem somente na protodiástole e sua gênese está relacionada à abertura das valvas atrioventriculares. Por esta razão são conhecidos como estalidos de abertura mitral, cuja ocorrência é mais freqüente, e de abertura tricúspide, mais raro.

Os estalidos protodiastólicos são melhor audíveis na margem esquerda do esterno, fato que pode levar ao diagnóstico errôneo de desdobramento da segunda bulha, porque o examinador freqüentemente interpreta-o como componente pulmonar da mesma.

Os estalidos de abertura das valvas atrioventriculares, em raríssimas ocasiões, podem ser auscultados em indivíduos normais; sua ocorrência, porém, é mais freqüente nas estenoses mitral e tricúspide. Outras afecções, como a insuficiência mitral pura, persistência do canal arterial, comunicações interatrial e ventricular, devido ao hiperfluxo ao nível das valvas atrioventriculares podem apresentar também estalidos protodiastólicos de abertura. Sua gênese deve estar relacionada à desaceleração da massa sangüínea dentro do átrio esquerdo no princípio da fase de enchimento rápido ventricular.

Sopros

Normalmente o fluxo sangüíneo no interior do aparelho cardiovascular realiza-se de forma laminar, sem produzir ruídos. Contudo, em condições hemodinâmicas particulares, o fluxo passa de laminar a turbulento, originando-se ruídos denominados sopros.

Gênese dos sopros

Teorias para explicar o aparecimento dos sopros:

# Teoria da turbulência: passagem do fluxo laminar para turbulento.
"número de Reynolds": NR = v.d.c

y

v: velocidade do fluxo

d: diâmetro do tubo

c: densidade

y: viscosidade do líquido.

O aumento da velocidade circulante do sangue, encontrado nas hipertermias, no hipertiroidismo ou nas taquicardias; de aumento do diâmetro do condutor, como nas dilatações pós-estenóticas e nos aneurismas; de diminuição da viscosidade sangüínea, presente em casos de anemia.

# Teoria dos rodamoinhos

# Teoria da cavitação

# Teoria das vibrações das estruturas

# Teoria do impacto do jato

# Teoria do mecanismo cardiopulmonar

# Teoria das estruturas musicais

Classificação dos sopros

-quanto à intensidade

Atribui-se aos sopros valores progressivos de uma a quatro cruzes, equivalentes aos graus de intensidade. Admite-se valor igual ou superior a três cruzes quando da presença de frêmito palpável e relacionado ao sopro.

-quanto à freqüência das vibrações

Útil quando se dispões da fonomecanocardiografia

-quanto ao timbre

-- não musicais: constituem a maioria, representados por vibrações que não possuem harmônicas musicais.

-- musicais: mais raros, costumam ser comparados aos sons emitidos por alguns instrumentos musicais, dos quais derivam diversas denominações = "tipo corneta" (estenose aórtica calcificada); "tipo harpa" (comunicação interatrial ou interventricular); "tipo gaita" ( insuficiência aórtica); "tipo violino" (atrito pericárdico); "tipo flauta" (estenose de estruturas vasculares); "tipo cuíca" (estenose aórtica calcificada); "tipo arrulhar de pombo" (insuficiência mitral); "tipo grasnar de gaivota" (estenose aórtica calcificada).

De acordo com a sensação auditiva determinada pelo timbre dos sopros, é comum descreverem-se diferentes variedades: sopros aspirativos, suaves, rudes, granulosos, em piado, em ruflar, estalantes e outros.

-quanto à fase do ciclo cardíaco:

-- sistólicos: entre a primeira e a segunda bulhas;

-- diastólicos: entre a segunda e a primeira bulhas;

-- sistodiastólicos: quando se apresentam de maneira individualizada, ocupando a sístole e a diástole;

-- contínuos: quando aparecem durante todo o ciclo cardíaco.

-quanto à duração

Dividindo-se cronologicamente a sístole e a diástole em três porções ideais e idênticas, haveria seis períodos: protossístole e protodiástole; mesossístole e mesodiástole; telessístole e telediástole. Assim os sopros podem ser: proto, meso ou tele - sistólicos ou diastólicos. Reservam-se os termos holossistólico e holodiastólico para a designação de sopros que ocupam totalmente uma dessas fases do ciclo cardíaco.

-quanto ao caráter morfológico

As impressões auditivas podem distinguir quatro tipos principais, confirmados por traçados gráficos :

a) em crescendo, quando a intensidade aumenta progressivamente, do início ao fim do fenômeno;

b) em decrescendo, quando a intensidade diminui progressivamente, do princípio ao final do sopro;

c) em crescendo-decrescendo, isto é, em aumento progressivo de intensidade, até um máximo e redução paulatina. Sua representação gráfica exibe aspecto de losango;

d) em faixa ou banda, quando o sopro não muda de intensidade e seu registro exibe-se como faixa uniforme de vibrações.

-quanto à dependência de determinados fenômenos hemodinâmicos

Sopros sistólicos

1) Sopro sistólico "tipo regurgitação": surge no período de contração isovolumétrica dos ventrículos. Inicia-se ao término da primeira bulha, tornando-a mal identificável. Costuma ser encontrado em casos de insuficiência mitral ou tricúspide e na comunicação interventricular.

2) Sopro sistólico "tipo ejeção":

3) Sopro sistólico "tipo vascular":

Sopros diastólicos

1) Sopro diastólico "tipo sigmóideo":

2) Sopro diastólico "tipo atrioventricular":

3) Sopro diastólico "tipo atrial":

4) Sopro "tipo contínuo": é característico seu aspecto de sopro em grande crescendo e decrescendo, com pico de maior reforço correspondendo aos componentes da segunda bulha. É encontrado em portadores de persistência do canal arterial não hipertenso e fístulas arteriovenosas (coronarianas, pulmonares ou periféricas).

Atrito Pericárdico

O atrito pericárdico é um dos sinais mais importantes de pericardite aguda. Caracteriza-se por ser de freqüência mais alta que a maioria dos sopros, podendo ser audível em qualquer local do precórdio, mas principalmente na borda esternal inferior esquerda. Apresenta, geralmente, três componentes: pré-sistólico, correspondendo à sístole atrial; sistólico, relacionado à sístole ventricular; e diastólico, correspondente ao enchimento ventricular rápido. Um deles pode faltar, como nos casos de fibrilação atrial onde não se encontra o componente pré-sistólico. Às vezes algumas manobras o tornam mais audível como, por exemplo, a expiração e a posição sentada com o tórax inclinado para a frente. Pode ser evidenciado mesmo na presença de derrame, mas em geral desaparece ou é obscurecido, quando este se desenvolve.

Bibliografia recomendada:

Del Nero Jr E, Barretto ACP, Tranchesi J. Auscultação. In: Serro Azul LGCC, Pileggi FJC, Tranchesi J. Propedêutica cardiológica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1977. p. 59- 77.

Fonte: http://www.hu.ufsc.br/~cardiologia/ausculta.htm