segunda-feira, 23 de julho de 2007

Industria de correlatos: sondas comuns

Indústria de Correlatos: SONDAS COMUNS

Por Ubaldo Rizzaldo Jr. *

RESUMO

Com mais de uma década de experiência neste campo da indústria de correlatos, trago aos meus outros colegas profissionais de saúde, principalmente àqueles que coordenam, por exemplo, almoxarifados hospitalares e lidam diariamente com este tipo de material, as observações que tive oportunidade de constatar. Nesta área específica de sondas de alívio existe muita desinformação, não talvez nos grandes centros, mas pelo Brasil todo muito equívoco de função e especificação é executado. Meu artigo tem por intenção trazer algum esclarecimento e amenizar dúvidas.

INTRODUÇÃO

Sondagem é a colocação de sondas nos orifícios naturais do organismo ou através de abertura da pele com a finalidade de extrair líquidos retidos, diagnóstico ou penetração de alguma substância. As sondas são em geral de borracha ou plásticos semi-rígidos, atóxicos. São de secção cilíndrica e comprimentos variáveis para atingir órgãos em várias profundidades. São usadas de preferência tubos confeccionados de PVC por serem atóxicos, de superfície lisa e terem baixo poder aderente às secreções. Os tamanhos padronizados dos diâmetros externos do cateter e a maioria dos instrumentos endoscópicos são fornecidos de acordo com a escala francesa de Charriére (unidades de 0,33 mm = 1 French [F] ou 1 Charriére [Charr]). Assim, 3F é igual a 1 mm de diâmetro.

ESPECIFICAÇÕES

Sonda retal - A sonda retal é indicada para aliviar a tensão provocada por gases e líquidos no intestino grosso . Utilizável também para retirada de conteúdo fecal através do reto. A sonda retal tem 1 orifício lateral e 1 orifício frontal (extremidade aberta), baseado na finalidade da sonda, que é aliviar a tensão provocada por gases e líquidos no intestino grosso, bem como, para retirada de conteúdo fecal através do reto, tem-se a necessidade de, conforme a situação, retirada de materiais, inclusive sólidos. A abertura frontal dará mais bem resultado na sucção do material sólido, trabalho que o orifício lateral responderia com eficiência (capacidade), mas não com eficácia (que produz o efeito desejado; que dá bom resultado).

Sonda traqueal comum e com válvula de pressão negativa - Usada para aspiração de secreções mais profundas nos pulmões. É indicada a pacientes impossibilitados de eliminar as secreções e pacientes intubados e traqueostomizados. A sucção é realizada por um equipamento apropriado. Se em vez de conector tivermos a válvula o próprio operador da sonda tem condição de interromper ou diminuir o fluxo de sucção sem mexer diretamente no equipamento ou estrangulando o tubo. A sonda para aspiração traqueal tem 2 orifícios laterais e 1 orifício frontal (extremidade aberta), pois feita para aspirar, via de regra, muco da região da traquéia, tem os orifícios laterais unidos ao frontal que tratarão de dar o devido parâmetro de limpeza à região. Não temos 4 orifícios laterais porque já que a sucção é realizada por aparelho mecânico geralmente (aspirador cirúrgico) o excesso de sucção devido ao número excessivo de orifícios pode vir a colapsar a traquéia causando lesão aos tecidos no local (colapso = estado anormal em que as paredes de um órgão, normalmente afastadas, entram em contato).

Sonda uretral - Usada para preparo pré-operatório, para diminuir o perigo de lesão vesical (bexiga); para evitar que o paciente urine de forma espontânea após operações; para aliviar aumento da bexiga pela retenção de urina; para evitar constante umidade em pacientes com incontinência e/ou e casos excepcionais, para obter amostra estéril de urina. O tempo máximo de permanência é de alguns minutos, por se tratar sonda de alívio, após o procedimento deve ser imediatamente retirada e descartada. A sonda uretral (vesical) tem 1 orifício lateral e nenhum orifício frontal (extremidade fechada) pois sempre o líquido flui do ambiente de maior pressão para o de menor pressão portanto não há uso de equipamento. Não se deve forçar a saída do líquido da bexiga, com o risco de lesões internas e rompimento do canal, o processo deve ser natural pela sonda. Se tivéssemos mais de 1(um) orifício na sonda poderia ocorrer o fluir do líquido entre os diversos furos dentro da bexiga do paciente, pois os orifícios da sonda, vão funcionar como porta de entrada e saída do líquido e retardam um processo que flui mais velozmente quando do uso de um único orifício de entrada para o exterior. No caso de mais orifícios o líquido devido ao processo natural, vai ficar "circulando" dentro da sonda em vez de sair rapidamente, o que acarretaria demora e incomodo ao paciente.

Sonda Nasogástrica - Em regra geral curta para crianças e longa para adultos. Utilizada com finalidade de alimentação, quando por alguma razão o paciente não pode utilizar a boca no processo de digestão e administração de medicamentos. Ex: câncer de língua, anorexia, repouso pós-cirúrgico. A sonda nasogástrica tem 2 orifícios laterais e nenhum orifício frontal (extremidade fechada) para ser usada na nutrição entérica (estomacal). Este número de orifícios tem função de dosar a entrada do líquido administrado; como este entra por pressão da gravidade e se o processo ainda for veloz, pode causar desconforto (ex.: náuseas) ao paciente, devido ao volume de líquido espesso e de modo rápido dentro do órgão.

Sonda Levine - Quando o objetivo é drenar líquidos intra-gástrico (dentro do estomago), a saber: - esverdeado: bile / cor de borra de café: bile e sangue / sanguinolento vivo ou sanguinolento escuro amarelado. Podemos exemplificar a necessidade com cirurgias onde no pós-operatório se deseja o repouso do sistema digestivo e, também em casos de intoxicação exógena (originada ou produzida exteriormente), onde o conteúdo ingerido precisa ser removido rapidamente. A sonda Levin(e) tem 4 orifícios laterais e 1 orifício frontal (extremidade aberta) pois Igualmente a sonda traqueal esta sonda tem como principal função aspirar conteúdo de uma região. Entretanto neste caso a região é o trato gastrintestinal e os objetos de aspiração são líquidos estomacais. Novamente os orifícios laterais unidos ao frontal, trataram de dar o devido parâmetro de limpeza à região. Não temos somente 2 orifícios laterais porque a sucção realizada é em órgão com capacidade de grandes volumes o que acarretaria demora e incomodo ao paciente.

Cateter de Oxigênio Tipo Sonda - Aplicação de oxigênio por cateter nasal, para auxiliar na respiração do paciente. Introdução de parte do produto dentro da narina até atingir o ponto ideal de aplicação do oxigênio. Oxigenioterapia = é a administração de oxigênio que é um gás essencial para o ser humano. Pode ser realizada através de cateter nasal, nebulização contínua, inalação e tenda de oxigênio. O catéter para oxigênio tipo sonda tem 4 orifícios laterais e nenhum orifício frontal (extremidade fechada) pois o uso de 4 orifícios laterais, e não só 1 lateral, ou 2 laterais, ou 2 laterais e 1 frontal, ou 4 laterais e 1 frontal, é devido que o excesso de oxigênio em região com mucosa causa lesão com conseqüente necrose de células. A medida de entrada assim, melhor resultou com esta capacidade de transferência na oxigenioterapia.

OBSERVAÇÕES

É contra-indicado o uso da sonda de aspiração traqueal como uretral devido a quantidade maior de furos na SAT que na SU: pode vir a trazer a sensação errônea ao operador da sonda que o fim da drenagem foi alcançado, trazendo então desconforto ainda ao paciente que não terá o alívio ideal atingido, ou ainda, pode correr maior possibilidade de traumatismos no canal uretral durante a colocação e/ou retirada da sonda, ou mesmo, pode ocorrer o fluir do líquido entre os diversos furos dentro da bexiga do paciente, pois os três furos da sonda, vão funcionar como porta de entrada e saída do líquido e retardam um processo que flui mais veloz quando do uso de um único furo de entrada. No caso da SAT o líquido devido ao processo natural, vai ficar "circulando" dentro da sonda em vez de sair. Importante salientar que não se deve forçar a saída do líquido da bexiga, com o risco de lesões internas e rompimento do canal, o processo deve ser natural pela sonda.

A Sonda Nasogástrica é um tubo de cloreto de polivinila (PVC) que quando prescrito, deve ser tecnicamente introduzido desde as narinas até o estômago. Sua finalidade está associada à maneira como ficará instalada no paciente. Ela pode ser aberta ou fechada. Sonda Nasogástrica aberta com 4 furos, também chamada de sonda Levin (Levine, aportuguesado) é usada quando o objetivo é drenar líquidos intra-gástrico. No pós-operatório que se deseje o repouso do sistema digestivo e nos casos de intoxicação exógena, onde o conteúdo ingerido precisa ser removido rapidamente a SN é usada. Já a Sonda Nasogástrica fechada com 2 furos é utilizada com finalidade de alimentação, quando por alguma razão o paciente não pode utilizar a boca no processo de digestão e administração de medicamentos. Ex: câncer de língua, anorexia, repouso pós cirúrgico.

O tempo máximo de permanência da sonda uretral num paciente é de alguns minutos, por se tratar sonda de alívio, após o procedimento deve ser imediatamente retirada e descartada. A contra indicação da permanência de uso prolongado da SU é que se deve evitar tal atitude por se tratar de sonda de alívio, não é indicado o seu uso prolongado. Mesmo se for utilizado método asséptico semelhante a introdução de sonda vesical de demora (Foley) a SU, não pode permanecer por longo período num paciente acamado, sendo este criança ou idoso. Por se tratar de sonda de alívio, não é indicado o seu uso prolongado. Feito o procedimento deve ser descartada imediatamente. A sonda correta para permanência maiores é a de demora e ainda assim por período máximo de 15 dias e com acompanhamento de antibióticos. Quando a SU é esterilizada por Raio Gama Cobalto 60, as reações que o paciente pode desenvolver são nulas. Não há nenhum tipo de resíduo na material como atesta laudo da firma terceirizada para o processo. Inclusive só há benefícios, pois com a radiação o efeito esterilizante é muito superior a outros métodos. O prejuízo para a mucosa do trato uretral com introdução e/ou permanência da SU no local são distintos. Na introdução, obedecida as precauções técnicas corretas, o dano à mucosa é mínimo; já na permanência, o prejuízo é grande, pois seu uso prolongado pode ocasionar o efeito de colabar as paredes da sonda e a mucosa da uretra tanto feminina quanto a masculina.

CONCLUSÃO

O(s) orifício(s) lateral(is) não são maiores nas sondas porque o mesmo está dimensionado com relação ao calibre que a sonda tem. Quem determina a vazão maior ou menor de passagem através da sonda é a luz do tubo (calibre) e não a quantidade ou circunferência da abertura do(s) orifício(s). O número de calibres variados para os diversos tipos de sondas é para atender a diversificação da gama de pacientes que acorrem nas entidades prestadoras de serviço de saúde, se exige dos fornecedores que tal material tenha estas variações de calibre. Existem quadros que tenta orientar o uso, mas apesar de não ser rígido no aconselhamento, cabe ao profissional sempre estar ciente das diferenciações que vem agregada ao ser humano. Todos os produtos normalmente são descartáveis sendo que após único uso devem ser desprezados (lixo). Estes produtos destina-se a ser utilizado por profissionais habilitados e devidamente treinado na técnica própria a ser utilizada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O exercício da cidadania inicia rompimento de conceitos valorativos embutidos numa sociedade conservadora e patriarcal. A identificação feminina inicia pela consciência que a a mulher tem em si, de seu corpo, de seu papel social, de sua história.

A mulher de hoje precisa ser estimulada pelo profissional enfermeiro a desfrutar sua sexualidade de forma saudável e prazerosa. Sabe-se que hoje as doenças são mais provocadas por um desequilíbrio interno do que por efeito de agentes agressores externos.

O enfermeiro deve considerar as mudanças sofridas pela mulher para poder ajuda-la superar a queixa que motivou a consulta e a viver sem tantos conflitos, procurando encontrar um equilíbrio entre o feminino e os novos papéis que a mulher ocupa hoje, sem abrir mão do trabalho em função da vida familiar, ou vice-versa, pois ambos podem ser ótimas fontes de satisfação para a mulher.

Sonda Usuário X calibre

retal infantil - 04 à 18 Fr / adulto - feminino: 04 à 24 Fr / adulto - masculino: 24 à 32 Fr

aspiração traqueal infantil - 04 à 16 Fr / adulto - feminino: 04 à 20 Fr / adulto - masculino: 16 à 24 Fr

uretral (vesical) infantil - 04 a 10 Fr. / adulto - masculino: 04 a 14 Fr. / adulto - feminino: 14 a 24 Fr.
naso gástrica curta infantil - feminino: 04 à 14 Fr. / infantil - masculino: 12 à 22 Fr.

naso gástrica longa infantil - 08 à 12 Fr. / adulto - feminino: 04 à 12 Fr. / adulto - masculino: 12 à 24 Fr.

Levin(e) infantil - 04 a 12 Fr. / adulto - feminino: 04 a 14 Fr. / adulto - masculino: 12 a 24 Fr.

Catéter Oxi tp. sonda infantil - 04 à 14 Fr. / adulto - feminino e masculino: 04 à 18 Fr.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRUNNER &SUDDARTH - Enfermagem Médico - Cirúrgica (4 volumes) - Guanabara Koogan

VEIGA, D. & CROSSETI, M. - Enfermagem - Ed. Luzzatto

KNOEDLER, E - Enfermagem - E.P.U.

FAINTUCH & MACHADO & RAIA - Manual de pré e pós operatório - Ed. Manole

FARRERRAS & ROZMAN - Medicina Interna - Ed. Guanabara Koogan

MACUCO & BRANDÃO - enfermagem, Auxiliar de (4 volumes) - Ed. Luzzatto

KAWAMOTO, E. E.; FORTES, J. I. Fundamentos de enfermagem. São Paulo: EPU, 1997.

MAMEDE, M.V.; CARVALHO, E. C.; CUNHA, A. M. P. - Técnicas de enfermagem. São Paulo - Ed. Sarvier, 1984

SWEARINGEN, P. - Atlas Fotográfico de Técnica de enfermaria - Ed. Doyma-Espanha

* Ubaldo Rizzaldo Jr.
e-mail:
ubaldorj@ig.com.br
Farmacêutico Responsável pela Mark Med Ind. e Com. Ltda.
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