terça-feira, 3 de julho de 2007

Enfermagem: Profissionais atuam com mais freqüência na área de gestão


Engana-se quem pensa que o perfil do enfermeiro ainda se baseia apenas nas questões técnicas e assistenciais. Hoje, visando acompanhar a tendência do mercado, esse profissional é mais completo. De acordo com a sócia-gerente da Saúde Nossa Consultoria e Treinamento, Andréa Marques, as qualificações exigidas para a profissão mudaram ao longo dos anos. Agora é necessário que se tenha também um amplo conhecimento em administração, gerência e marketing.

A Saúde Nossa desenvolve um trabalho considerado pioneiro no Rio de Janeiro. A consultoria é responsável pela gestão terceirizada do serviço de enfermagem em hospitais. Segundo Andréa, a enfermagem é uma profissão com grandes perspectivas, e que cresce a cada dia. Com isso, aumenta também a necessidade de qualificação para exercer a função. "Cada um deve procurar se aperfeiçoar. Isso é um grande diferencial na disputa pelo mercado", diz.

Andréa revela que o enfermeiro deixou de exercer apenas o serviço assistencial e técnico, e passou a atuar também no planejamento estratégico, visando atingir planos e metas, além de manter bons indicadores de qualidade. "Hoje esse profissional já se incumbe inclusive da padronização de materiais e medicamentos, além da auditoria de contas, ouvidoria e hotelaria. Muitos profissionais de enfermagem participam do poder decisório do hospital em que trabalham. A autonomia do enfermeiro está se desenvolvendo", explica.

Aparando arestas

Andréa Marques definiu os hospitais como locais de muita complexidade, incluindo as relações interpessoais. Por isso, segundo ela, problemas continuam existindo no dia-a-dia das instituições de saúde. A enfermeira afirma ser difícil encontrar profissionais de qualidade, principalmente quando se trata de nível médio (auxiliares e técnicos). No entanto, Andréa não descarta o problema também no nível superior. "Encontramos uma grande dificuldade na seleção, captação e manutenção das equipes", enfatiza.

Além da formação profissional, a enfermeira aponta também como problemas o acúmulo de empregos, o relacionamento com os planos de saúde e a rotina de trabalho. "Os baixo salários geram o acúmulo de emprego. E isso faz com que o funcionário não consiga ter um bom rendimento em sua atividade", diz.

O não entendimento, por parte de alguns profissionais de enfermagem, de que os hospitais são também empresas em busca de lucro é igualmente apontado por Andréa como obstáculo. "Ainda há um grande desperdício de material. E isso provoca gastos desnecessários", avalia.

Gestão de enfermagem x direção médica

Segundo a gerente da Saúde Nossa, a relação médico-enfermeiro melhorou substancialmente. Andréa Marques acredita que o fato se deve à formação da equipe multidisciplinar, na qual vários outros profissionais passaram a trabalhar juntamente com médicos e enfermeiros. "As direções médicas se encontram abertas ao diálogo e à troca de opiniões. Em breve, a fase de a enfermagem só cumprir ordens não será uma realidade na maioria das instituições. Poderemos então compartilhar erros e acertos", revela.

Por Augusto Morais

Fonte: Hospital Geral.com

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