A pedido da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) traçou um plano para a organização da atenção oncológica do estado. A partir da identificação de áreas prioritárias, o INCA propôs um conjunto de ações para a prevenção e o controle do câncer. O objetivo do plano é servir de modelo para a execução das diretrizes da Política Nacional de Atenção Oncológica, não apenas no estado do Rio, mas em todo o Brasil.
As ações de atenção oncológica deverão ser implementadas em sete campos principais: gestão e financiamento; vigilância; promoção da saúde e prevenção; detecção precoce; organização da assistência oncológica em rede; formação e capacitação de recursos humanos e produção do conhecimento. Entre as principais ações, está o fortalecimento da detecção precoce dos cânceres do colo do útero e de mama, priorizados no Pacto pela Vida, do Ministério da Saúde.
O plano foi baseado em um documento elaborado pela Secretaria de Estado de Saúde e Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Instituto Oswaldo Cruz. O relatório apontava, entre outras características do estado, um cenário fragmentado de políticas e ações específicas, dificuldade de construção e de coordenação de redes e fluxos.
Outra particularidade é a existência de, por um lado, centros e institutos especializados reconhecidos pela excelência e, de outro, problemas como a falta de acesso aos serviços básicos, a demora na realização de exames diagnósticos e o aumento pela demanda do serviço de emergência.
Rede Oncorio
Com o aumento da expectativa de vida em nível mundial, o câncer tornou-se um problema grave, de saúde pública. Segunda causa de morte no Brasil e, com cerca de 10 milhões de mortes anuais no mundo, a doença é uma das principais preocupações da agenda global de saúde. De 1980 a 2002, o percentual de óbitos por neoplasias cresceu de 10% para 13% em todo o país. Existe uma tendência crescente no total de óbitos e de novos casos.
O fato incide diretamente no atendimento ao paciente com câncer. Somente os hospitais do INCA, no Rio de Janeiro, respondem em âmbito estadual por cerca de 30% das internações por câncer, 60% dos procedimentos de quimioterapia e 35% dos procedimentos de radioterapia. No município, as unidades assistenciais do Instituto absorvem 55% das internações, 79% dos procedimentos de quimioterapia e 53% dos procedimentos de radioterapia.
Uma das prioridades apontadas pelo plano proposto pelo INCA é a organização da assistência oncológica em rede. Para isso, foi criada a rede Oncorio. Formada por 12 unidades de saúde que atendem pacientes com câncer no Rio de Janeiro, a rede tem o objetivo de reorganizar o sistema público de saúde, redistribuindo a demanda, por meio do treinamento de equipes, desenvolvimento de pesquisas e da melhoria do processo de informação.
A partir da experiência do INCA e do trabalho conjunto dos membros da rede, foi feito um diagnóstico da situação atual da assistência oncológica no Rio de Janeiro e quais as necessidades de melhoria de cada unidade de saúde. Entre elas, problemas de infra-estrutura, como necessidade de obras e aquisição de equipamentos médico-hospitalares. A solução deverá beneficiar não apenas a Rede de Atenção Oncológica, mas todo o sistema de saúde pública do estado”.
Por intermédio da rede, algumas soluções já estão sendo implantadas. É o caso da falta de equipamentos, por exemplo. Os hospitais que integram a Rede Oncorio vêm recebendo, desde o ano passado, material para o tratamento do câncer do colo do útero e da próstata, comprado pelo Ministério da Saúde, no valor de R$ 1,6 milhão. Além disso, o INCA oferecerá treinamento para os profissionais que vão utilizar os equipamentos.
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