terça-feira, 31 de julho de 2007

Estudo reverte resistência à insulina em diabete I

Uma nova terapia experimental reverteu a diabete do tipo I em ratos, em parte graças a um novo enfoque no combate à resistência à insulina nesta forma da doença, disseram nesta segunda-feira os pesquisadores.

A resistência à insulina foi durante muito tempo uma característica da diabete tipo II ou de surgimento tardio, mas só recentemente foi identificada como um componente da diabete juvenil ou de tipo I.

Com este estudo, os pesquisadores mostraram pela primeira vez que tratar a inflamação vinculada à resistência à insulina assim como o componente auto-imune da doença pode revertê-la, se esta for detectada a tempo.

"Acreditamos que este é o primeiro estudo que mostra que a inflamação nos tecidos sensíveis à insulina desempenha um papel importante nesta doença", disse Terry Strom, professor de Medicina da Escola Médica de Harvard e co-autor do estudo.

A diabete de tipo I é uma desordem auto-imune na qual o próprio sistema imunológico do corpo ataca as células do pâncreas que produzem a insulina hormonal que regula o açúcar no sangue.
O resultado é que o paciente não pode produzir insulina suficiente, e por isso deve complementá-la com versões sintéticas do hormônio, em geral por meio de injeções.

A doença aumenta os riscos outras complicações, que vão de problemas no coração, à cegueira e danos nos nervos.

Neste experimento, os pesquisadores trataram ratos com uma diabete incipiente com um coquetel de três substâncias que impediram que as células T do organismo destruíssem as células do pâncreas que produzem insulina e também eliminaram a inflamação que afetava a capacidade dos tecidos dos músculos, da gordura e do fígado para metabolizar adequadamente a insulina.

Os ratos foram tratados durante um período de 14 a 28 dias, e em cinco a sete semanas, 95% deles tinham níveis normais de açúcar no sangue e conseguiram controlar seu nível de açúcar durante 300 dias.

Em contraste, os ratos não medicados desenvolveram hipoglicemia e a maioria morreu em cerca de sete semanas, inclusive com tratamento de insulina.

Os resultados sugerem que qualquer terapia que busca deter o desenvolvimento da diabete em humanos deveria não só se centrar na desordem das células T, como também na restauração da resposta à insulina nos tecidos afetados pela inflamação.

Strom afirmou que em um ano começarão os testes clínicos do tratamento em humanos.
O estudo foi divulgado nos Anais da Academia Nacional de Ciências.

Fonte: EFE

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