Dívidas, greve, falta de profissionais e de manutenção são alguns dos problemas. Unidades recebem 8 milhões de pacientes do SUS por ano.
Dívida acumulada, falta de profissionais, problemas de equipamentos e greve de funcionários. Essa é a situação dos hospitais universitários federais. Essas unidades, que formam profissionais de saúde, recebem 8 milhões de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) por mês. A situação, em muitos estados, é grave.
A greve dos servidores das universidades federais, iniciada há quase três meses, piorou ainda mais a situação dos hospitais universitários. No Ceará, os quase mil funcionários se revezam para garantir 60% do atendimento.
A paciente Ana Maria da Costa vai embora sem saber quando poderá voltar. "O prazo é para voltar em seis meses. Eles não estão marcando devido a greve, só casos urgentes", explica a dona-de-casa.
O hospital da Universidade Federal do Ceará é referência no Nordeste em procedimentos considerados de alta complexidade, como transplantes de fígados e rins. Os de coração também já deveriam ser realizados, mas o número de leitos de UTI não é suficiente. O projeto para ampliação foi aprovado há quatro anos pelo Ministério da Saúde. Os recursos, porém, não foram liberados.
Fila de pacientes
A crise se repete em outros estados. O Hospital das Clínicas do Piauí começou a ser construído há 18 anos. Até agora, só o ambulatório funciona. "O hospital ainda não foi terminado e o número de médicos que lá trabalham é pequeno", justifica o diretor da unidade Carlos Iglesias BrandãoO Hospital Universitário de Mato Grosso do Sul ficou um ano e oito meses sem fazer o tratamento de radioterapia nos pacientes com câncer. Depois que a máquina foi consertada, apareceu outro problema: a falta de médicos. O único especialista pediu demissão. "É difícil ver os pacientes precisando de ajuda. Ligamos para chamar as 25 pessoas que estavam na fila e 15 já tinham morrido", afirma a médica Regina Borges Prestes César.
No ano passado, o governo liberou R$ 1,85 bilhão para os 45 hospitais universitários do país. Dinheiro que, segundo os administradores, não é suficiente.
Outros estados
Na Paraíba, os funcionários que trabalham no Programa de Saúde da Família estão em greve. Na terça-feira (7), 5,6 mil pessoas ficaram sem atendimento. Os funcionários reivindicam melhores salários e condições de trabalho.
Já em Pernambuco, os médicos dos hospitais públicos do estado decidiram voltar ao trabalho, depois de 20 dias de paralisação. Eles conseguiram reajuste de 35% no salário-base, que passa de R$ 1,4 mil para R$ 1,9 mil. A gratificação dos plantonistas também vai ser reajustada: de R$ 600 para R$ 1 mil. O atendimento nos hospitais de emergência do estado deve ser normalizado nesta quarta-feira (8).
Fonte: Globo.com
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