quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Ninar bebê no lado direito do colo é sinal de estresse extremo

Uma pesquisa realizada na Universidade de Durham, no Reino Unido, indica que mães que ninam seus bebês no lado direito do colo podem estar sofrendo de estresse extremo.

O estudo, publicado na versão online da revista Journal of Child Psychology and Psychiatry, analisou 79 mães e seus bebês, estes em média com sete meses de idade.

As participantes, que foram observadas em casa, tinham de segurar as crianças no colo e embalá-las em um dos braços. Além disso, também tinham de completar um formulário com questões sobre saúde mental.

Os estudiosos perceberam que 86% das mães que não apresentavam sinais de estresse ou depressão preferiram segurar seus bebês no lado esquerdo.

Em contrapartida, 32% das que manifestaram estresse naturalmente ninaram seus bebês no lado direito.

Pesquisas anteriores já haviam indicado que a maioria das mães prefere segurar seus bebês no lado esquerdo do colo, independentemente de serem destras ou canhotas.

Impacto na relação entre mãe e filho

A coordenadora da pesquisa, Nadja Reissland, explica que a maneira pela qual as mães interagem com seus bebês é um dos melhores indicadores de seus estados mentais.

"Muitas mães não percebem que estão sofrendo de estresse ou não querem admitir", acredita.

"Para elas, tudo o que o bebê faz é encarado de forma negativa. Por exemplo, quando ele está chorando, elas podem achar que está fazendo de propósito, quando na verdade é um comportamento normal", explica.

Ainda para a pesquisadora, "este tipo de sentimento pode ter um grande impacto na relação entre mãe e filho e dentro da família como um todo".

"E se o estresse evoluir para depressão pode ser pior ainda", alerta Reissland.

Para os estudiosos, mães estressadas podem se tornar deprimidas, o que pode prejudicar o bem-estar e o desenvolvimento mental do bebê.

Pelo menos uma em cada dez mães apresentam depressão pós-natal, estimam os estudiosos.

Eles esperam que os resultados da pesquisa possam ajudar os profissionais de saúde a identificarem mulheres que necessitam de apoio para evitar que o estresse evolua para depressão.

Fonte: BBC Brasil

Ansiosos são mais sensíveis aos estímulos

A ansiedade é um transtorno psiquiátrico bastante comum, e caracteriza-se pela preocupação extrema em vários aspectos da vida cotidiana, irritabilidade, apreensão, cansaço fácil, sensação de nervos à flor da pele, tensão muscular, distúrbios do sono, dentre outros sintomas. Os estados ansiosos condicionam piora importante da qualidade de vida dos pacientes acometidos pela doença, com redução da produtividade, e limitações nas relações familiares e sociais.

A resposta secundária a exposição a figuras que representam sentimentos de raiva e alegria, em indivíduos com graus elevados de ansiedade, em comparação aos com baixos graus de sintomas ansiosos, foi avaliada por um grupo de pesquisadores suecos.

Os resultados apresentados demonstraram que os indivíduos com alto grau de ansiedade, expressaram reações emocionais negativas em maior amplitude, quando expostos a figuras faciais com mímica de raiva, em comparação aos indivíduos com baixo grau de ansiedade. Além disso, o estímulo visual com faces de alegria foi mais agradável, para o grupo de participantes altamente ansiosos.

Dessa forma, os autores concluem que as pessoas com alto grau de ansiedade são predispostas a expressar maior labilidade de sentimentos, possuem sensibilidade exagerada e possuem resposta de sobressalto aos estímulos sociais.

Fonte: Scand J Psychol

terça-feira, 28 de agosto de 2007

IFF inicia campanha de doação de sangue


Para reverter a queda do número de doadores de sangue, o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) lançou a campanha Dê mais um motivo para chamarem você de sangue bom. O Banco de Sangue do IFF precisa em média de 400 bolsas de hemocomponentes (concentrados de hemácias, plasma e plaquetas) por mês e, atualmente, tem recebido apenas 180.

No dia 3 de setembro, uma equipe do Banco de Sangue do Hospital de Cardiologia de Laranjeiras receberá doadores das 8h às 12h, no IFF – Av. Rui Barbosa, 716 - Flamengo - Rio de Janeiro. Os voluntários podem agendar o horário da doação pelo telefone (21) 2554-1700 - ramal 1763.

sábado, 25 de agosto de 2007

Cirurgião cria sutiã interno para levantar os seios


Fernanda Nidecker


Um cirurgião plástico israelense criou um "implante de sutiã" feito de silicone, que pode se tornar uma nova opção em cirurgias para levantar os seios. Com a fase de pesquisas concluídas, a equipe vai iniciar os testes em outubro com 30 mulheres para avaliar a eficácia e os efeitos colaterais do procedimento.


Se a nova tecnologia provar ser eficiente, poderá chegar ao mercado em até dois anos. A invenção, batizada de "Cup and Up", consiste de uma prótese de silicone na forma de uma rede que, ao ser implantada nos seios, é segurada por duas alças fixadas em um dos ossos da costela com parafusos de titânio.



Pequenas cicatrizes


O autor da invenção, o médico Eyal Gur, explica que a nova prótese seria implantada utilizando a técnica Mastopexia de Invasão Mínima (MIM, na sigla em inglês), um procedimento que deixa cicatrizes bem menores do que as observadas nas cirurgias convencionais. Outro benefício do procedimento, acrescenta o médico, seria o tempo de duração da cirurgia, de apenas 40 minutos.


"A paciente poderá chegar ao hospital pela manhã e voltar para casa logo depois do almoço", afirma. Segundo Gur, apenas dois cortes de meio centímetro nos dois lados de cada seio seriam necessários para introduzir o sutiã de silicone, feito sob medida para cada paciente.


Com as alças aparafusadas na costela, entre os seios e os ombros, a rede de silicone é implantada na base da mama e encaixada nas alças. Quem quiser, ainda poderá aproveitar a cirurgia não só para levantar, mas também para aumentar os seios.


Efeito duradouro


Além disso, aposta o médico, a nova tecnologia terá efeito mais duradouro, já que as alças não perdem elasticidade com o tempo, como acontece com os sutiãs de verdade.


"O novo sutiã terá efeito permanente e duradouro, diferente das cirurgias tradicionais, em que um ano depois a paciente reclama que os seios já voltaram a cair". Gur adverte, no entanto, que a novidade poderá sofrer com os efeitos da gravidez, amamentação ou ganho de peso, sendo necessários reajustes num período de cinco a dez anos.


A equipe de médicos israelenses já registrou patentes em vários países, incluindo o Brasil. Gur acredita que o "implante de sutiã" será bem recebido no país, onde "não falta trabalho para os cirurgiões plásticos". De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2004 o Brasil realizou mais de 660 mil cirurgias plásticas. Entre estas, 117.759 foram para correção das mamas.


Ceticismo


Alguns cirugiões, no entanto, estão céticos em relação à nova tecnologia. O cirurgião plástico Simon Kay, membro da Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos, diz que ainda é cedo para apostar na eficácia do implante de sutiã e alerta para os riscos.


"Há um sério risco de rejeição tanto do silicone, que nesse procedimento é colocado a apenas um centímetro abaixo da pele e dos parafusos de titânio, que além de poderem causar infecções, pode perfurar algum órgão, como o pulmão", afirmou o cirugião.


Para Kay, o "Cup and Up" é mais uma demonstração da "tentação do mercado" para criar novas técnicas que atraiam mulheres para as cirugias plásticas. "As mulheres estão cada vez mais convencidas pela mídia de que não devem se sentir satisfeitas com a aparência", opinou.


Fonte: BBC Brasil

Brasil: polêmico projeto de esterilização feminina

Um projeto de lei que propõe reduzir de 25 para 18 anos a idade mínima para as mulheres poderem optar pela esterilização nos hospitais públicos do Brasil enfrenta uma férrea oposição do governo. Para o senador e bispo de Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (do Partido Republicano Brasileiro), autor da iniciativa em análise no Senado, a lei ajudaria a reduzir a violência porque “não nasceriam crianças expostas à fome e ao abandono”, causas que em sua opinião estão vinculadas à criminalidade.

A lei 9.263, que regulamenta o planejamento familiar, estabelece em seu artigo 10 que somente é permitida a esterilização voluntária de homens e mulheres maiores de 25 anos e com pelo menos dois filhos vivos. O Ministério da Saúde é contrário à proposta e oferece várias opções de planejamento familiar na rede pública de saúde. Entre elas a esterilização feminina por meio da ligadura das trompas de Falópio, que interrompe a passagem dos óvulos dos ovários para o útero, evitando a fecundação. Em declarações à Agência Brasil, o ministro da Saúde, José Gomes, disse ser “radicalmente contra” a redução da idade para a esterilização voluntária “porque isso não é planejamento familiar, mas controle de natalidade”, uma fase que considera superada no País, que tem mais de 188 milhões de habitantes.

Consultada pela IPS, Regina Viola, coordenadora da Área Técnica de Saúde da Mulher, do ministério, argumentou que a ligadura “é considerada um método anticoncepcional irreversível, já que em caso de arrependimento nem todas pessoas submetidas a essa cirurgia apresentam condições para recanalização ou reversão da operação”, afirmou. Estudos do ministério revelam uma “taxa de arrependimento que varia de 2% a 13%, dependendo da idade e das circunstâncias em que a ligadura foi realizada, sendo maior em mulheres que a fizeram com menos de 30 anos”, acrescentou Regina Viola.

Por sua vez, Elizabeth Ferraz, coordenadora do departamento de pesquisa da organização não-governamental Bemfam, disse à IPS que a última pesquisa sobre dados nacionais de demografia e saúde, feita em 1996, revelou que 77% das mulheres casadas ou em união estável usavam algum método anticoncepcional, e que 40% haviam sido esterilizadas entre os 15 e 49 anos. O estudo foi realizado pela Bemfam, que trabalha em questões de saúde sexual e reprodutiva em 13 Estados.

Embora a idade média de mulheres esterilizadas tenha sido de 28,9 anos, 20% tinham menos de 25, 37% entre 25 e 29, 28% entre 30 e 40, 12% na faixa de 35 a 39 e 3% entre 40 e 44 anos. Segundo Ferraz, os métodos variam com as circunstâncias e a idade reprodutiva. Por exemplo, muitas mulheres em plena idade reprodutiva usam pílulas anticoncepcionais para evitar uma gravidez em seguida a outra, quando consideram que já têm o número que consideram ideal de filhos optam pela esterilização.

Além disso, quanto maior a escolaridade da mulher maior a diversificação do uso de métodos de planejamento familiar e maior a quantidade de casos de vasectomia (esterilização masculina) em seus maridos, ressaltou a especialista. Embora a esterilização feminina não seja um método nem mau nem bom em si mesmo, mas uma opção a mais para a mulher, Ferraz também se mostrou preocupada pela proposta de reduzir a idade mínima.

“Essa proposta é um pouco radical. Poderíamos trabalhar mais em questões de políticas públicas, como dar mais informação à população sobre a diversificação de métodos e gastar dinheiro em campanhas informativas que permitam à mulher controlar sua natalidade não com um método definitivo como a ligadura das trompas no início de sua vida sexual. Há métodos adequados para cada momento”, afirmou.

A coordenadora de Bemfam também destacou que o arrependimento é comum em mulheres esterilizadas que estabelecem uma relação com um novo companheiro ou na morte de algum filho. Nas áreas mais pobres – como o nordeste do País onde os índices de esterilização feminina superam a média nacional e chegam a até 43,9%, ou o centro-oeste, onde chegam a 59,5% - “como o acesso a outros métodos às vezes é difícil, e não têm outras opções, as mulheres caem na esterilização”, alertou.

Nesse contexto, “em muitos casos a esterilização é uma moeda de troca por votos eleitorais”, em localidades sem acesso à saúde e educação, alertou Ferraz. Diante da dúvida sobre a eficácia de outros métodos, como preservativos, pílulas ou dispositivos intra-uterinos, muitas mulheres sem instrução e sem dinheiro optam pela esterilização, pois acreditam que “já não precisam mais se preocupar”. Uma dúvida que pode ser esclarecida com um censo sobre planejamento familiar que o Ministério da Saúde realiza, “seria determinar se no Brasil, que também é campeão de cesarianas, esta é um motivo para a esterilização ou se este método é um motivo para a cesárea”, disse Ferraz.

Segundo a pesquisa mencionada de 1996, do total de mulheres esterilizadas, 59% se submeteram a essa prática em um parto por cesariana, enquanto apenas 15% o fizeram depois de um parto normal. Viola também acredita que a oferta de métodos e a informação sobre eles devem ser os eixos de qualquer campanha de saúde reprodutiva. A nova Política Nacional sobre Planejamento Familiar, lançada pelo Ministério da Saúde no dia 28 de maio, estabelece, entre outras ações, uma campanha publicitária de esclarecimento e estímulo ao planejamento e à distribuição em grande escala de material educativo sobre métodos anticoncepcionais em escolas e centros comunitários. Também se contempla a ampliação da oferta de anticoncepcionais para a Farmácia Básica de 20 milhões para 50 milhões de cartelas de pílulas, e o estimulo à vasectomia nos hospitais públicos, entre outras ações.

A taxa de fecundidade brasileira começou a declinar no final da década de 60. Segundo Ferraz, enquanto em 1960 era de seis filhos por mulher, em 1996, ano do último censo de planejamento familiar, havia baixado para 2,3 filhos por mulher e em alguns centros urbanos, como Rio de Janeiro, era ainda menor, de 1,9%. A especialista citou razões econômicas, como a migração do campo para a cidade – hoje, apenas 20% da população vivem em zonas rurais onde há menor acesso à informação – e a entrada de mulher no mercado de trabalho.

Fonte: Envolverde/ IPS

Diabético (insulino-dependente): permite-se consumir carboidrato?

Você que é paciente diabético, ainda acha que não pode consumir pães, doces e massas?

A primeira e maior diferença no plano alimentar de um paciente com diabetes, em uso de insulina, é que toda variação na quantidade de carboidratos das refeições e dos lanches deve ser acompanhada também por uma variação equivalente na dose da insulina administrada. "É importante que o paciente diabético saiba que o maior determinante da sua taxa de açúcar no sangue é a quantidade e a qualidade do carboidrato consumido e que ele não pode abolir este nutriente de sua dieta. Deve aprender a consumi-lo corretamente", afirma a endocrinologista Ellen Simone Paiva que dirige o Centro Integrado de Terapia Nutricional, Citen.

Os carboidratos são nutrientes essenciais à saúde de todas as pessoas, normais e diabéticas. São as principais fontes de energia, principalmente para o cérebro que não consegue utilizar nenhum outro substrato, além da glicose. Os neurônios são as primeiras células a manifestar sofrimento nas situações de queda dos níveis sangüíneos da glicose, as hipoglicemias. "Logo, os diabéticos devem comer alimentos que contenham carboidratos em todas as suas refeições. Além de fontes de energia, os alimentos que contêm carboidratos são fontes importantes de fibras, vitaminas e minerais", explica a médica.

Onde estão?

Os carboidratos são encontrados nos alimentos em duas formas. As formas mais simples e prontamente absorvíveis são a sacarose (açúcar cristal, mascavo, refinado ou orgânico), a lactose e a frutose. Estas não requerem nenhum processo digestivo e logo que são ingeridas causam a elevação imediata nos valores da glicemia.

Outras formas de carboidratos, denominados complexos, são substâncias que demandam processo digestivo demorado, com lenta elevação dos valores da glicemia. O principal representante desse grupo é o amido, encontrado no arroz, milho, batata, mandioca, massas e pães. "Os carboidratos são, em última análise, moléculas de glicose que após o processo digestivo alcançam o sangue. A diferença entre eles é o tempo entre a ingestão e a chegada ao sangue sob a forma de glicose", explica a nutricionista Amanda Epifanio.

Função da insulina

A glicose absorvida dos carboidratos só é capaz de entrar nas células e desempenhar sua função nutricional através da ação da insulina. Ela age como uma chave que abre as portas das células para entrada de glicose. Não podemos viver sem insulina, pois seria o equivalente a viver sem utilizar os alimentos ingeridos. Sem ela, as portas das células não se abrem, os nutrientes, principalmente a glicose se acumula no sangue e se perde na urina. Há uma desnutrição progressiva que impede a vida.

Quando produzimos insulina normalmente, amplas variações na ingestão de glicose são compensadas naturalmente. Podemos optar por fazer grandes refeições, pois somos capazes de aumentar automaticamente a produção de insulina, como podemos também fazer um jejum prolongado, pois, nestas ocasiões, praticamente interrompemos a produção de insulina. Porém, estes processos não acontecem naturalmente nos pacientes diabéticos insulino-dependentes. Por não produzirem insulina adequadamente, eles devem ajustar a dose da insulina utilizada à quantidade de carboidratos consumida, ou adequar a quantidade de carboidratos consumida à insulina utilizada.

Pode ser consumido

As maiores associações de diabéticos do mundo, entre elas a Associação Americana de Diabetes e a Associação Européia de Diabetes, são unânimes em recomendar uma porcentagem de carboidratos semelhante às pessoas não diabéticas, ou seja, uma média de 50% das necessidades energéticas totais. "Isso significa que um diabético adolescente com 65 kg deve ingerir 2500 calorias e dessas, 1250 calorias em carboidratos ou 300 gramas diárias desses nutrientes, distribuídas em 3 refeições e 2 a 3 lanches", afirma a nutricionista Amanda.

Cardápio

Considerando que qualquer orientação nutricional deve atender ao princípio da variedade, os carboidratos devem ser consumidos em suas várias formas: frutas, verduras, legumes, grão e cereais integrais, pães, massas e até os doces, desde que adequadamente cobertos por titulação das doses de insulina. "O plano alimentar deve ser individualizado e flexível e as variações de cardápio podem ser realizadas através de trocas por alimentos em grupos equivalentes ou pela contagem de carboidratos em cada refeição, o que orienta as doses de insulina", defende a nutricionista.

Algumas situações específicas requerem uma mudança na relação carboidrato-insulina como é o caso da prática de exercícios físicos pelos diabéticos. De uma maneira geral, esses pacientes devem ser orientados a ingerir uma quantidade extra de 15 gramas de carboidratos, em média, antes da prática de exercícios físicos. "Nos casos onde o paciente tem sobrepeso ou obesidade, a melhor forma de adequar a relação carboidrato-insulina à prática de exercícios físicos é a redução da dose de insulina, ao invés de aumento na quantidade de carboidrato", afirma Ellen Paiva.

A compreensão de todos esses mecanismos é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes diabéticos. Eles devem aprender a lidar com todas as questões relativas à sua alimentação, procurando diminuir as restrições e o impacto negativo que o diagnóstico do diabetes pode causar em sua vida.

Serviço:

Centro Integrado de Terapia Nutricional

Telefone: (11) 5579 1561/5904 3273.

Fonte: jornaldeararaquara

Alergia cutânea e suas repercussões no humor

Praticamente, todas as doenças são capazes de influenciar o estado de humor de uma pessoa, deprimindo-o. Dificilmente, um indivíduo consegue manter-se em equilíbrio perfeito enquanto se encontra doente, a não ser que sua doença esteja estabilizada, bem controlada e/ou trazendo repercussões mínimas, não prejudicando suas atividades do dia-a-dia.

Pesquisadores da Universidade de Istambul, na Turquia procuraram confirmar se pacientes com urticária crônica idiopática (um tipo de alergia na qual a pele se apresenta com lesões avermelhadas que coçam, formando placas que podem se espalhar por todo o corpo, mas que não tem uma causa ou agente definido) também estão enquadrados entre aqueles que apresentam uma maior incidência de distúrbios mentais. Procuraram ainda tentar avaliar como esta doença influencia na qualidade de vida.

Os investigadores entrevistaram pacientes com urticária crônica (a maior parte composta por mulheres ( 84%), com idade média de 36 anos, cuja doença perdurava por ± 6, 5 anos), através de um questionário genérico, a fim de avaliar sua qualidade de vida.

Segundo os resultados da entrevistas, os distúrbios mentais estavam presentes em cerca de 60% dos entrevistados, confirmando a hipótese de que a urticária crônica idiopática, assim como outras doenças crônicas, pode levar ao desenvolvimento desses transtornos. A desordem mais freqüentemente verificada foi a depressão (40%). Um fato interessante é que uma imensa maioria dos pacientes (81%), acreditava que sua doença era decorrente do estresse. Portanto, cabe ao especialista estar ciente da possibilidade de problemas mentais associados à urticária crônica idiopática, de maneira a tratar adequadamente o seu paciente, proporcionando um melhora em sua qualidade de vida.

Fonte: Annals of Allergy, Asthma & Immunology

Hipertensão começa cedo

Doença atinge 20 a 30 por cento das crianças e jovens até aos 18 anos

A hipertensão atinge entre 20 e 30 por cento de crianças e jovens até aos 18 anos, mas na maioria dos casos a doença não está diagnosticada. Um estudo norte-americano mostra que o subdiagnóstico abrange três em cada quatro crianças.

Doença pouco associada às crianças e jovens, a hipertensão parece estar a aumentar entre os mais novos. Mais grave é que, na maioria dos casos, o problema é subdiagnosticado.

Nos Estados Unidos, foram observados cerca de 14.200 crianças e adolescentes. Mais de 500 tinham problemas de hipertensão, mas apenas 130 viram o diagnóstico confirmado.

Crianças portuguesas

Os resultados do estudo, publicado no "Journal of the American Medical Association", mostram uma realidade semelhante à portuguesa.

Por cá, a hipertensão afecta entre 20 e 30 por cento dos menores e o subdiagnóstico deverá também ser de três em cada quatro crianças.

O problema é relativamente recente e, tal como noutras doenças, surge devido à mudança de hábitos de vida.

A obesidade, que afecta já uma em cada três crianças portuguesas, é a principal responsável pela hipertensão.

Os apelos da alimentação menos saudável são muitas vezes demasiado fortes. Para ajudar a resistir às tentações, é vital o acompanhamento dos educadores.

Ter hipertensão sem saber é uma situação comum entre os adultos. Para evitar o mesmo ou pior cenário nas crianças, especialistas defendem que o rastreio passe a ser feito a partir dos três anos.

Fonte: SIC Online

sábado, 18 de agosto de 2007

Da hepatite C à psiquiatria, novos temas são contemplados em coleção de livros

Fernanda Marques
A coleção Temas em Saúde, da Editora Fiocruz, acaba de ganhar quatro novos títulos: Assistência farmacêutica e acesso a medicamentos; Comunicação e saúde; O som do silêncio da hepatite C; e Saúde mental e atenção psicossocial. Ao combinar informações atualizadas, reflexões baseadas em produções científicas recentes e linguagem acessível, a coleção Temas em Saúde oferece aos leitores – estudantes, profissionais e público em geral – panoramas sobre conceitos e conteúdos fundamentais das áreas da saúde.





A médica Maria Auxiliadora Oliveira e a farmacêutica Claudia Garcia Serpa Osorio-de-Castro, pesquisadoras do Núcleo de Assistência Farmacêutica da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz – Centro Colaborador da Opas/OMS em Políticas Farmacêuticas –, ao lado do médico Jorge Antonio Zepeda Bermudez, chefe da Unidade de Medicamentos, Vacinas e Tecnologias em Saúde da Opas em Washington, assinam o livro Assistência farmacêutica e acesso a medicamentos. A obra discute conceitos e práticas da assistência farmacêutica, patentes, estratégias de marketing, doenças negligenciadas e a Política Nacional de Medicamentos, entre outros assuntos.

Em Comunicação e saúde, a comunicóloga Inesita Soares de Araújo e a cientista social Janine Miranda Cardoso, do Instituto de Comunicação e Informação Científica em Saúde (Icict) da Fiocruz, debatem questões como as relações de poder, a prática comunicativa e os princípios do SUS. “Queremos que você leia o livro e desenvolva suas reflexões tendo em pauta dois grandes parâmetros para pensar o tema ‘comunicação e saúde’”, avisam as autoras na Apresentação do livro. “Um, que não se pode desvincular a comunicação de um projeto ético da sociedade, que contemple, sobretudo, mais equanimidade na distribuição dos capitais e dos poderes materiais e simbólicos. Outro, que o nosso compromisso é com o aperfeiçoamento do SUS, porque ele é o grande projeto que pode permitir uma mudança nas condições de saúde da população”.

Abordar a hepatite C – grave epidemia contemporânea – não só em seus aspectos biomédicos, mas destacando também questões psicológicas, sociais e históricas relativas à doença: este é o objetivo de O som do silêncio da hepatite C. O foi escrito pelo médico Francisco Inácio Bastos, também do Icict, experiente no trabalho junto a usuários de drogas e portadores do HIV. Muitos de seus pacientes com Aids, atendidos em uma instituição voltada à população carente, têm falecido em decorrência da dupla infecção pelo HIV e pelo vírus da hepatite C. Testemunha das dificuldades enfrentadas pelos pacientes com hepatite C crônica para conseguirem tratamento, Bastos destaca a necessidade de melhorar a prevenção e a assistência prestada a quem vive com essa doença.

Pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Ensp e coordenador do Grupo de Trabalho de Saúde Mental da Abrasco, o médico Paulo Amarante analisou o percurso “que vai das bases da psiquiatria e do manicômio aos projetos atuais de construção de um novo ‘lugar social’ para as pessoas em sofrimento mental”. O resultado dessa análise conduzida por Amarante – que, no passado, denunciou a perversa realidade dos manicômios – está no livro Saúde mental e atenção psicossocial.

Como de costume na série Temas em Saúde, as últimas páginas são dedicadas às sugestões de obras para aprofundar a reflexão sobre o assunto. A lista de sugestões de Amarante inclui não só livros especializados, mas também romances e filmes. “O mais profundo e rigoroso tratado científico não consegue, na maioria das vezes, falar tão diretamente à alma como uma obra de arte. Este tema também é assunto para nosso livro...”, instiga o autor.

IFF inicia campanha de doação de sangue

Para reverter a queda do número de doadores de sangue, o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) lançou a campanha Dê mais um motivo para chamarem você de sangue bom. O Banco de Sangue do IFF precisa em média de 400 bolsas de hemocomponentes (concentrados de hemácias, plasma e plaquetas) por mês e, atualmente, tem recebido apenas 180.

No dia 3 de setembro, uma equipe do Banco de Sangue do Hospital de Cardiologia de Laranjeiras receberá doadores das 8h às 12h, no IFF – Av. Rui Barbosa, 716 - Flamengo - Rio de Janeiro. Os voluntários podem agendar o horário da doação pelo telefone (21) 2554-1700 - ramal 1763.

Fonte: http://www.fiocruz.br

Temporão quer postos médicos para desafogar hospitais

O governo federal deverá criar novos postos de assistência médica em todo o País para desafogar as emergências dos hospitais públicos nas principais regiões metropolitanas, disse hoje o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O ministro informou que vai incluir o modelo das Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), criado no Rio, no chamado PAC da Saúde que será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Temporão quer criar pelo menos 150 unidades nos grandes centros, mas não estabeleceu prazos.

A UPA é um serviço pré-hospitalar, que segue um conceito intermediário entre os tradicionais postos de saúde e a emergência dos hospitais. "Acho que essa experiência compõe um modelo adaptável principalmente ao atendimento em regiões metropolitanas. Então, a idéia é incluir essa estratégia no plano que estou preparando para apresentar ao presidente Lula para que ela possa ser levada para todo o País", disse o ministro ao inaugurar a segunda UPA 24 horas do Rio.

A UPA de Irajá, na zona norte da capital fluminense, inaugurada hoje foi erguida em módulos metálicos em pouco mais de um mês. O investimento de R$ 1,5 milhão e os custos de manutenção são divididos entre os governos federal e estadual. O governo estadual e o Ministério da Saúde pretendem inaugurar outras 12 UPAs na região metropolitana do Rio até o final do ano.

Fonte: A tarde On-Line

Pressão alta pode atingir mais de 1 bi em 20 anos

Os casos de pressão alta estão fora de controle em todo o mundo e podem ultrapassar a cifra de 1 bilhão nos próximos 20 anos, alerta um editorial publicado na revista Lancet. De acordo com os especialistas, os hábitos pouco saudáveis da vida moderna podem elevar o número de casos da doença de 972 milhões em 2000 para 1,56 bilhão em 2025.

Um em cada quatro adultos, afirma o texto, sofre de pressão alta, também conhecida como hipertensão arterial, uma doença que aumenta os riscos de problemas cardíacos, infarto e morte. Para os especialistas, o maior problema é a falta de comprometimento dos pacientes com o tratamento.

Apesar de os tratamentos atuais serem eficientes, é muito raro conseguir obter uma redução dos casos da doença mesmo nos países em que o custo do medicamento não é um problema. "Muitos pacientes ainda acreditam que a pressão alta é uma doença que pode ser curada e então param ou reduzem a medicação quando a pressão do sangue diminui", afirma o texto.

"Os médicos devem passar a mensagem de que a hipertensão, facilmente mesurável, é o primeiro e irreversível sinal de que muitos órgãos no corpo estão sob ataque", aconselham especialistas. "Talvez essa mensagem fará com que as pessoas pensem com mais seriedade sobre as conseqüências de um estilo de vida prejudicial à saúde e dêem mais chances aos tratamentos preventivos".

Ainda segundo o editorial da Lancet, as pessoas do mundo ocidental atualmente tem mais de 90% de chances de desenvolver hipertensão durante a vida. Os estudiosos acreditam que fatores ligados ao estilo de vida, como falta de atividades físicas, uma dieta rica em sal combinada com comidas gordurosas, além do consumo de álcool e tabaco, estão levando o problema de países desenvolvidos até economias emergentes, como Índia e a China.

Fonte: BBC Brasil

Consumo de tomate pode reduzir o risco de tumor de próstata

O câncer de próstata é um dos tumores mais comuns no sexo masculino, sendo que sua ocorrência eleva-se com a idade. Costuma se manifestar a partir da sexta ou sétima décadas da vida, sendo mais comum em negros e nos indivíduos com história familiar positiva. Quando identificado precocemente é possível efetuar a uma cirurgia curativa, porém são freqüentes os diagnósticos de casos onde a doença já está bem avançada e se disseminou. Neste caso, as chances de cura diminuem muito.

Há evidências de que o consumo de tomate esteja associado a uma leve diminuição do risco de desenvolvimento de tumor prostático, segundo revela um estudo publicado na revista JNCI (Journal of the National Cancer). Os licopenos, compostos presentes em quantidades apreciáveis no tomate, seriam os principais responsáveis pela sua ação anticancerígena. Este composto possui comprovada atividade antioxidante, protegendo o organismo dos radicais livres tóxicos formados no metabolismo.

A propriedade anti-tumoral do tomate não se estende a todos os tipos de câncer, no entanto parece que a ação protetora fornecida pelos licopenos também reduz o risco de tumores ovariano, gástrico e pancreático. Estima-se que seja necessário o consumo diário mínimo de meio a um copo de tomate ou do seu extrato, para se beneficiar da suas propriedades anti-câncer.

Journal of the National Cancer Institute

Fonte: JNCI

HIV usa defesa anticâncer para atacar cérebro

Cientistas descobrem como o vírus da Aids causa demência em seus portadores.

Autor do estudo confessa ao G1: ‘como é esperto o HIV’.

Um dos sintomas mais cruéis e misteriosos do HIV, o vírus da Aids, foi desvendado por cientistas do Estados Unidos em um estudo publicado nesta semana. A equipe descobriu que a demência observada em pacientes que têm a doença há muito tempo é causada por um truque sujo do vírus, que usa uma defesa anticâncer do cérebro contra ele mesmo. O golpe é duplo: ao mesmo tempo em que ele mata células cerebrais, impede a formação de novos neurônios. Fere e impede a regeneração em uma tacada só.

A chamada “demência associada ao HIV” é um dos sintomas mais dramáticos da doença. Quando o paciente já está nos estágios avançados da enfermidade e bastante debilitado, passa também a apresentar problemas mentais, tendo dificuldade para se concentrar e se movimentar.

Os cientistas nunca entenderam exatamente como o vírus conseguia fazer isso, porque o HIV não consegue infectar neurônios. Eles sabiam que o vírus era capaz de destruir as células neurais, mas não compreendiam porque novas células não cumpriam as funções das perdidas. Afinal, quando o cérebro funciona normalmente, ele é capaz de se regenerar através da chamada “neurogênese” -- literalmente, surgimento de neurônios. Esse trabalho é feito pelas chamadas células progenitoras neurais adultas -- uma espécie de “célula-tronco” do cérebro, que se transforma em neurônios novos quando há necessidade.

Agora, a equipe do Instituto Burnham para Pesquisas Médicas, nos Estados Unidos, desvendou o mistério: o vírus da Aids não só mata os neurônios como impede o trabalho das células progenitoras. A responsável por isso é uma proteína que age em conjunto com o ele, a HIV/gp120. Em testes em laboratório, os cientistas confirmaram que é ela quem impede a proliferação das células-tronco do cérebro.

Golpe baixo

Como? Com um truque para lá de sujo. A proteína ativa o trabalho de uma enzima, que originalmente tem a função de nos proteger do câncer. Tumores são células que se proliferam demais. Para evitar isso, a enzima p38 MAPK pára a multiplicação celular quando há risco. A proteína do HIV engana o organismo, faz ele acreditar que há uma ameaça de câncer, ativa a enzima e deixa o paciente completamente debilitado. Essa estratégia fez um dos autores do estudo, Shu-ichi Okamoto, desabafar ao G1: “como é esperto o HIV!”.

A descoberta mostra que será preciso desenvolver novos remédios para combater o problema. Os medicamentos usados atualmente para controlar a Aids não alcançam o cérebro com eficiência. “O cérebro é normalmente separado do resto do organismo por um ‘porteiro’, chamado de barreira cérebro-sangue, que protege os tecidos cerebrais de substâncias perigosas que estão na nossa corrente sangüínea. Essa barreira protetora traz uma desvantagem: muitos remédios não conseguem passar por ela. Ou achamos novas drogas ou achamos novas maneiras de ultrapassar essa barreira para levar remédios que já temos e que funcionam bem no resto do organismo”, disse um dos líderes do estudo, Marcus Kaul.

De acordo com outro líder do trabalho, Stuart Lipton, remédios que já estão sendo estudados podem ajudar. “Drogas que inibem a ação dessa enzima estão em desenvolvimento para tratamentos de outras doenças, como, por exemplo, a artrite”, disse ele.

Segundo os cientistas, a descoberta pode ajudar também na luta contra doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer. “Nossos resultados podem ser generalizados para qualquer tipo de demência. Em todas elas, incluindo o Alzheimer, as células-tronco do cérebro são danificadas”, diz Okamoto.

Por fim, os resultados, publicados na edição desta semana da revista científica “Cell Stem Cell”, mostram que o HIV continua tão fatal e incurável como sempre foi. Apesar de muitos acreditarem, devido aos avanços da medicina, que é possível se conviver com a Aids hoje em dia sem maiores problemas, a doença continua devastadora. Enquanto a vacina não vem, é de vital importância não se descuidar da prevenção.

Fonte: Globo.com

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Franceses descobrem esconderijo do HIV no corpo


Lucia Jardim

Cientistas franceses descobriram onde o vírus da aids esconde seu "reservatório" no corpo de pacientes submetidos a tratamento contínuo contra a doença. O estudo poderá trazer respostas para a questão que há muito tempo inquieta os pesquisadores do mundo todo: depois de anos de tratamento intensivo contra o HIV, os pacientes baixavam a carga viral a tal ponto que um exame não acusaria a presença da doença no corpo; no entanto, uma vez interrompido o uso do coquetel antiaids, o vírus volta a se reproduzir rapidamente e a se dissipar mais uma vez no corpo do infectado.

Os estudiosos franceses dos renomados Instituto Pasteur e Instituto Nacional da Saúde e de Pesquisas Médicas (Inserm), em Paris, afirmam que é nos gânglios linfáticos da região intestinal que o vírus se oculta. O mais importante foi comprovar o local do esconderijo nos pacientes infectados e tratados há mais de dez anos, cuja carga viral chegara a um ponto indetectável.

"Nós mostramos que este reservatório profundo se situa essencialmente nos gânglios mesentéricos, que drenam a região intestinal, e não nas placas Peyer, situadas no interior do colo, inclusive nos indivíduos tratados que não possuíam partículas virais detectáveis no sangue ou nos gânglios periféricos depois de 10 anos de infecção", disse o coordenador do estudo, Jérôme Estaquier, ao jornal Le Figaro.

Os pesquisadores também perceberam que os linfócitos, responsáveis pela defesa do corpo humano, não desempenham bem o seu papel no local porque apresentam um "defeito de sobrevida" naquela parte do corpo. Estes linfócitos habitualmente deveriam ser capazes de controlar o vírus, destruindo as células infectadas, entretanto eles estão morrendo antes do que deveriam. Essa má-formação poderia ser a causa da falha no combate definitivo do vírus.

A partir de agora, o foco das pesquisas - cujos resultados foram publicados na edição de julho da revista científica Cell Death and Differentiation - será fortalecer os linfócitos, chamados T CD8, e possibilitar que eles "vençam" o HIV no momento em que a carga viral se encontra escondida somente nos gânglios linfáticos intestinais.

Um passo inicial neste sentido já foi dado: os cientistas identificaram a molécula que pode ser a responsável pela anomalia dos linfócitos T CD8. Trata-se da TGF-beta, uma citocina imunossupressiva (proteína que baixa a imunidade). Esta citocina também está implicada na defesa do corpo contra as células cancerosas, conforme estudos anteriores.

"As estratégias serão de inibir as funções imunossupressivas do TGF-beta ou restaurar a sobrevida das células T CD8, o que nos possibilitará melhor controlar o vírus", afirmou o Estaquier ao jornal francês.

Fonte: Terra

domingo, 12 de agosto de 2007

Governo lança campanha de prevenção dos riscos do consumo de bebidas alcoólicas

O Ministério da Saúde lançou, nesta sexta-feira (10) no Rio de Janeiro (RJ), uma campanha publicitária alertando sobre os riscos e danos associados ao consumo de bebidas alcoólicas. As peças que serão veiculadas na televisão e no rádio levantam temas como: “O que a Propaganda não mostra”, “Adolescentes - bebida não é brincadeira” e “Trânsito - bebida não é só diversão”. A campanha faz parte da Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas, lançada em maio desse ano.

Durante o evento, artistas e personalidades assinaram o “Manifesto de Apoio” à iniciativa do Ministério.

No Brasil, o uso prejudicial de álcool é um grave problema de saúde pública. De acordo com o II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil de 2005, realizado pelo CEBRID/UNIFESP, a dependência do álcool têm aumentado. Em 2001, 11,2% das pessoas com idade entre 12 e 65 anos eram dependentes. Já em 2005, esse índice aumentou para 12,3%. Os dados também indicam o consumo de álcool em faixas etárias cada vez mais precoces.

Além disso, grande parte dos acidentes de trânsito com vítimas está associada ao uso de bebidas alcoólicas pelo condutor do veículo ou pelo pedestre vítima de atropelamento. Uma pesquisa da ABDETRAN (1997) revelou que 61% dos acidentados tinham ingerido bebidas alcoólicas.

A intenção da campanha publicitária não é proibir o consumo, mas sim prevenir e promover saúde. De acordo com o coordenador da Área Técnica de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, o objetivo da campanha é influenciar positivamente nos padrões de consumo da população brasileira, enfatizando o uso moderado e responsável. “O problema é o uso freqüente e o consumo excessivo (grandes quantidades num mesmo dia ou evento) e a associação aos riscos (acidentes, violência e sexo desprotegido)”, afirmou o coordenador.

O que é a Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas?

A política foi sancionada por decreto presidencial em maio desse ano e traz um conjunto de medidas interministeriais para reduzir e prevenir os danos à saúde e à vida, bem como às situações de violência associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população brasileira.
As ações incluem:

• fortalecer a fiscalização das medidas previstas em lei que visam coibir a associação entre o consumo de álcool e o ato de dirigir;

• fiscalizar a venda para menores de 18 anos e incentivar outras iniciativas visando reduzir o consumo nas faixas mais jovens;

• ampliar e fortalecer as redes locais de atenção integral às pessoas que apresentam problemas decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas, como os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPsAD) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);

• estimular e fomentar ações que restrinjam os pontos de venda e consumo de bebidas alcoólicas, observando os contextos de maior vulnerabilidade às situações de violência e danos sociais;

• privilegiar as iniciativas de prevenção ao uso de bebidas alcoólicas nos ambientes de trabalho;

• incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização da propaganda e publicidade de bebidas alcoólicas, de modo a proteger segmentos populacionais vulneráveis ao consumo de álcool, como os jovens.

• fomentar o desenvolvimento de tecnologia e pesquisa científicas relacionadas aos danos sociais e à saúde decorrentes do consumo de álcool e a interação das instituições de ensino e pesquisa com serviços sociais, de saúde, e de segurança pública.

Conceito de Bebida AlcoólicaPara os efeitos da Política, é considerada bebida alcoólica aquela que contiver 0,5 grau Gay-Lussac ou mais de concentração, incluindo assim bebidas destiladas, fermentadas e outras preparações, como a mistura de refrigerantes e destilados que contenham teor alcoólico igual ou acima de 0,5 grau Gay-Lussac. Há um conceito ultrapassado que considera bebidas alcoólicas apenas aquelas com teor acima de 13º, deixando de fora, por exemplo, cervejas, “ices”, “coolers”, vinho e champanhe.

Mais informações

Assessoria de Imprensa do Ministério da Saúde
Tel.: (61) 3223-4089/ 3315-3580 Fax: (61) 3225-7338
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sábado, 11 de agosto de 2007

Hospitais universitários passam por crise


Dívidas, greve, falta de profissionais e de manutenção são alguns dos problemas. Unidades recebem 8 milhões de pacientes do SUS por ano.

Dívida acumulada, falta de profissionais, problemas de equipamentos e greve de funcionários. Essa é a situação dos hospitais universitários federais. Essas unidades, que formam profissionais de saúde, recebem 8 milhões de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) por mês. A situação, em muitos estados, é grave.

A greve dos servidores das universidades federais, iniciada há quase três meses, piorou ainda mais a situação dos hospitais universitários. No Ceará, os quase mil funcionários se revezam para garantir 60% do atendimento.

A paciente Ana Maria da Costa vai embora sem saber quando poderá voltar. "O prazo é para voltar em seis meses. Eles não estão marcando devido a greve, só casos urgentes", explica a dona-de-casa.

O hospital da Universidade Federal do Ceará é referência no Nordeste em procedimentos considerados de alta complexidade, como transplantes de fígados e rins. Os de coração também já deveriam ser realizados, mas o número de leitos de UTI não é suficiente. O projeto para ampliação foi aprovado há quatro anos pelo Ministério da Saúde. Os recursos, porém, não foram liberados.

Fila de pacientes

A crise se repete em outros estados. O Hospital das Clínicas do Piauí começou a ser construído há 18 anos. Até agora, só o ambulatório funciona. "O hospital ainda não foi terminado e o número de médicos que lá trabalham é pequeno", justifica o diretor da unidade Carlos Iglesias BrandãoO Hospital Universitário de Mato Grosso do Sul ficou um ano e oito meses sem fazer o tratamento de radioterapia nos pacientes com câncer. Depois que a máquina foi consertada, apareceu outro problema: a falta de médicos. O único especialista pediu demissão. "É difícil ver os pacientes precisando de ajuda. Ligamos para chamar as 25 pessoas que estavam na fila e 15 já tinham morrido", afirma a médica Regina Borges Prestes César.

No ano passado, o governo liberou R$ 1,85 bilhão para os 45 hospitais universitários do país. Dinheiro que, segundo os administradores, não é suficiente.

Outros estados

Na Paraíba, os funcionários que trabalham no Programa de Saúde da Família estão em greve. Na terça-feira (7), 5,6 mil pessoas ficaram sem atendimento. Os funcionários reivindicam melhores salários e condições de trabalho.

Já em Pernambuco, os médicos dos hospitais públicos do estado decidiram voltar ao trabalho, depois de 20 dias de paralisação. Eles conseguiram reajuste de 35% no salário-base, que passa de R$ 1,4 mil para R$ 1,9 mil. A gratificação dos plantonistas também vai ser reajustada: de R$ 600 para R$ 1 mil. O atendimento nos hospitais de emergência do estado deve ser normalizado nesta quarta-feira (8).

Fonte: Globo.com

Admissão em unidades de cuidados intensivos associa-se com manifestações ansiosas.

A ansiedade é um transtorno psiquiátrico bastante comum na população geral. Costuma manifestar-se com preocupação excessiva, irritabilidade e apreensão, diante de situações que normalmente não significam grandes problemas para a maioria das pessoas. Também pode cursar com sintomas físicos de coração acelerado, tensão muscular, sensação de bolo na garganta e mãos frias. A ansiedade causa sofrimento intenso, limitações no convívio social e piora da qualidade de vida.

Uma pesquisa, publicada na revista Korean Journal of Medicine, em junho de 2007, avaliou o nível de ansiedade de pacientes admitidos em centros de cuidados intensivos. Foram incluídos no estudo 48 indivíduos, os quais responderam a um questionário padronizado.

Os resultados divulgados revelaram que 60% dos pacientes apresentam níveis de ansiedade classificada como de moderada a grave. Os doentes, admitidos em unidades coronarianas, são os que apresentam os maiores níveis de ansiedade, quando comparados aos que ingressam a unidades de cuidados pós-operatórios e a centros de cuidados pós-cirurgia pulmonar. Outro fator, que exerce influência no nível de ansiedade dos pacientes, é a duração da internação nos centros de cuidados intensivos, sendo que as manifestações ansiosas aumentam quanto mais prolongada for a estadia.

O estudo conclui que os pacientes internados em unidades coronarianas, por período superior a 4 dias, são os que cursam com maiores níveis de sintomas ansiosos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Violência dentro da família é uma lacuna na formação dos profissionais de saúde

Fernanda Marques

Crianças e adolescentes que sofrem abusos e negligências; maridos que batem nas esposas; idosos e portadores de deficiências maltratados: estes são alguns exemplos de violência praticada dentro das famílias, um problema que atinge parcelas cada vez maiores da população brasileira e constitui um desafio para os serviços de saúde. No entanto, nas universidades do país, os profissionais de saúde não recebem formação adequada para o enfrentamento da violência intrafamiliar. É o que revela um trabalho coordenado pela equipe do Centro Latino-americano de Estudos de Violência e Saúde (Claves) da Fiocruz.


Nos cursos de medicina, apenas 23% das disciplinas abordam a violência (Foto: Parlamento Europeu)

“O tema ainda é pouco discutido na formação dos alunos que, futuramente, atuarão como profissionais de saúde, atendendo à grande demanda de pessoas que sofrem as conseqüências da violência intrafamiliar”, conclui o relatório final do estudo, que envolveu pesquisadores das universidades federais do Mato Grosso (UFMT), do Rio de Janeiro (UFRJ), Fluminense (UFF) e a do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), sob coordenação de Edinilsa Ramos de Souza, do Claves.

Cinco universidades foram alvo do estudo: três no Rio de Janeiro (uma estadual, uma federal e uma particular) e duas em Cuiabá (uma federal e uma particular). Em cada universidade foram estudados os currículos dos cursos de medicina e de enfermagem. Ao todo, a equipe de pesquisa analisou as ementas de mais de 500 disciplinas. Os resultados mostram que, nos cursos de medicina, apenas 23% das disciplinas abordam a violência ou termos correlatos. O percentual é ainda menor nos cursos de enfermagem, entre os quais somente 16,3% das disciplinas tratam dessa temática.

Além disso, a violência não consta no nome de nenhuma disciplina dos cursos estudados. “Um tema passa a constar como nome de disciplina quando já está consolidado cientificamente. A temática violência é nova como problema de saúde e não foi suficientemente divulgada entre os docentes, sendo ainda restrito o número de livros didáticos para se sugerir a alunos de graduação sobre como lidar com a violência na área da saúde”, explica o relatório. As violências contra idosos e portadores de deficiências – por serem temáticas só mais recentemente tomadas como objeto de reflexão – têm ainda menos espaço nos currículos, se comparadas às violências contra crianças, adolescentes e mulheres.

A equipe de pesquisa não só analisou as ementas dos cursos, mas também aplicou questionários aos professores que coordenavam as disciplinas nas quais o tema violência era abordado. Cerca de 70 docentes responderam às perguntas dos pesquisadores. Nas duas cidades, a grande maioria dos entrevistados reconhece a violência intrafamiliar como um problema de saúde. Porém, ainda são poucos os que discutem a temática em suas aulas: 42,1% entre os professores de medicina do Rio de Janeiro e 37,5% entre os de Cuiabá.

Perguntados se conheciam o manual Violência Intrafamiliar: Orientações para a Prática em Serviço, lançado pelo Ministério da Saúde em 2001, as respostas foram bastante divergentes. Por um lado, todos os professores de Cuiabá disseram que conheciam a publicação. Por outro, o manual era desconhecido por cerca de 80% dos docentes do Rio de Janeiro.

“Caberia investigar melhor o porquê dessa divergência. Algumas hipóteses podem ser o fato de o manual ter sido mais bem divulgado em Cuiabá que no Rio ou os docentes de Cuiabá estarem mais inseridos na atenção básica e, por isso, serem mais conhecedores desse instrumento. Uma terceira hipótese é o fato de eles realmente estarem mais engajados nas discussões em torno do tema”, diz o relatório. Outro dado que chama a atenção é que, embora todos os professores de Cuiabá conhecessem o manual, apenas 16,7% dos docentes de enfermagem usavam-no em suas disciplinas.

Apresentados à publicação do Ministério da Saúde, os professores gostaram do material, mas acreditam que ele pode melhorar. Eles sugeriram, por exemplo, a inclusão de conteúdos sobre condutas diante de ocorrências de violência intrafamiliar, o que inclui orientações sobre os protocolos de atendimento, o acompanhamento dos casos e sua notificação.

Para os docentes entrevistados, o manual sozinho é insuficiente para preparar os alunos no que diz respeito à assistência a vítimas da violência intrafamiliar. Para preencher essa lacuna existente na formação dos futuros profissionais de saúde, os professores apostam, principalmente, na capacitação do corpo docente. “Esse achado mostra que os docentes não se sentem aptos para lidar com a questão”, destaca o relatório.

A equipe de pesquisa recomenda que o trabalho de intervenção e prevenção da violência intrafamiliar seja cooperativo, intersetorial e transdisciplinar. Os pesquisadores destacam que é preciso levar em conta aspectos subjetivos na formação profissional e que inovações metodológicas se fazem necessárias no ensino da área de saúde, visando, sobretudo, a uma maior articulação entre a teoria e a prática.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Comprovado efeito vasodilatador de planta utilizada pela medicina popular

Uma planta semi-aquática brasileira utilizada pela medicina popular para tratar pacientes com pressão arterial elevada acaba de ter algumas de suas propriedades medicinais comprovadas pela ciência. A espécie Echinodorus grandiflorus, encontrada em todo o Brasil e conhecida popularmente como chapéu-de-couro, foi alvo de um estudo do Laboratório de Farmacologia Neuro-Cardiovascular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) que investigou in vitro e em animais de experimentação os efeitos farmacológicos do extrato da planta e constatou um potente efeito vasodilatador do composto, semelhante ao atingido pelo tratamento crônico tradicional da hipertensão arterial – resultado que os pesquisadores esperam verificar também em humanos.





Encontrada em todo território nacional e popularmente conhecida como chapéu-de-couro, a espécie Echinodorus grandiflorus apresenta efeito vasodilatador semelhante ao atingido pelo tratamento crônico tradicional da hipertensão arterial.

Em sua primeira etapa, o estudo verificou in vitro o efeito vasodilatador do extrato bruto do chapéu-de-couro sobre aortas de coelhos pré-contraídas com noradrenalina – substância responsável pela vasoconstricção periférica, evento fisiológico que resulta no aumento da pressão arterial. Os resultados promissores do experimento – o relaxamento completo dos preparados de aorta a partir da administração do extrato da planta – deram continuidade ao estudo, que em uma segunda fase analisou a atividade vasodilatadora do chapéu-de-couro para o tratamento crônico de ratos espontaneamente hipertensos, constatando efeito semelhante ao produzido pela administração de medicamentos disponíveis hoje para o tratamento crônico da hipertensão arterial.

Agora, os pesquisadores dependem da avaliação toxicológica do extrato do chapéu-de-couro, que analisará a toxicidade da planta e a ocorrência de possíveis efeitos adversos com o objetivo de definir a dose ideal a ser utilizada por um possível medicamento, para dar início aos estudos clínicos em humanos.

Desenvolvida pelo IOC como um projeto do Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Insumos para Saúde (PDTIS) da Fiocruz, a pesquisa inspira-se na etnofarmacologia – ciência que estuda a utilização popular das plantas – e atende à prioridade do Ministério da Saúde para produção de fitoterápicos, medicamentos de fabricação simples e baixo custo que podem chegar mais rapidamente às prateleiras das farmácias. “O uso popular de plantas é uma experimentação empírica e aponta caminhos para o estudo científico: se uma planta é utilizada popularmente para tratar pressão alta e realmente produz um resultado positivo, então deve ser estudada. É uma iniciativa que parte do conhecimento popular e pode trazer surpresas para o conhecimento científico”, apresenta o coordenador da pesquisa, o farmacologista Eduardo Tibiriçá, chefe do Laboratório de Farmacologia Neuro-Cardiovascular do IOC.

O farmacologista explica que, ao contrário do desenvolvimento de um medicamento convencional, a produção de um fitoterápico não requer o isolamento e a identificação individual das substâncias biologicamente ativas porque utiliza o extrato bruto da planta e leva em consideração o efeito do conjunto de substâncias que o compõem. “A simplificação da produção significa a redução do custo e do tempo de produção do medicamento, o que o torna mais acessível. Porém, é necessário ressaltar que, da mesma forma que os medicamentos tradicionais, todo o processo de desenvolvimento de um fitoterápico deve ser certificado de acordo com as normas do Ministério da Saúde. Só podemos ter certeza sobre o efeito de um extrato caracterizado bioquímica e agronomicamente. Isto significa que todo o processo, do cultivo da planta ao preparo do extrato, deve ser certificado e que a dosagem utilizada deve ser correta”, o farmacologista alerta.

Bel Levy

01/08/07

Medo de doença pode explicar rejeição a obesos


As pessoas gordas são rejeitadas pelas magras pela sensação de medo que criam nestas últimas de que carregariam alguma doença ou deficiência, segundo concluíram pesquisadores canadenses.

Segundo o estudo publicado na revista científica Evolution and Human Behaviour, nossos cérebros foram desenvolvidos para reagir a sinais exteriores de doenças, como feridas e queimaduras, criando um "mecanismo de rejeição" a elas.

"Indivíduos acima do peso evocam respostas comportamentais e emocionais simalares às emitidas por pessoas doentes, desfiguradas ou com algum tipo de deficiência: distanciamento, repugnância e exclusão social", diz o estudo.

Vulneráveis

Através da aplicação de um questionário, os pesquisadores descobriram que o sentimento de rejeição contra os obesos foi mais observado entre os que têm mais medo de contrair doenças.Pessoas que admitiram "ficar muito incomodadas com quem espirra sem tapar a boca" foram também as que mais concordaram que "se fossem empregadores, evitariam contratar uma pessoa gorda", observam os cientistas.

É improvável, no entanto, que os humanos tenham desenvolvido um mecanismo psicológico específico de resposta à obesidade, que é um fenômeno historicamente recente.

Considerando-se que o mecanismo humano de defesa contra doenças é ativado pela visão, a imagem de corpos obesos faria as pessoas magras pensarem que são vulneráveis a doenças, segundo os cientistas.

Fonte: BBC Brasil

Teste rápido diagnostica leptospirose em 15 dias

Antonio Brotas


Quinze minutos. Este é o tempo que um paciente deverá esperar para saber se está contaminado pela bactéria leptospira, o agente causador da leptospirose. Depois de dez anos de trabalho, uma equipe do Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz (CPqGM), unidade da Fiocruz na Bahia, apresentou o teste de diagnóstico da leptospirose que, além de oferecer resultado mais rápido em relação aos de microaglutinação, que exigem até 15 dias para apontar uma resposta, amplia para 92% a chance de o diagnóstico estar correto. “Este é um teste que vai ajudar a salvar vidas, representando uma ferramenta importantíssima para o médico identificar a doença ainda no seu início, antes da progressão para formas severas”, avalia um dos coordenadores do projeto, Mitermayer Galvão dos Reis. Desenvolvido no Laboratório de Patologia e Biologia Molecular (LPBM) do CPqGM, em parceria com as universidades de Cornell e da Califórnia, o teste diagnóstico funciona com procedimento semelhante ao de gravidez.




O formato similar ao de um cartão de crédito, com 6,5cm por 5,0cm, facilita o transporte e o armazenamento do teste (Foto: Fiocruz Bahia)
A rapidez no diagnóstico foi alcançada em função da identificação pelos pesquisadores do componente da bactéria (a proteína Lig) capaz de estimular a produção de anticorpos nas pessoas infectadas. A partir desta descoberta foram produzidos in vitro antígenos, em parceria com Biomanguinhos, outra unidade da Fundação, que permitiram a construção do teste. O mecanismo de funcionamento é simples. Uma gota de sangue, extraída do dedo do paciente, é depositada no aparelho, aplica-se uma solução reveladora e a coloração rosa indica resultado positivo. “Na verdade, o antígeno é o ponto central do teste, já que ele atrai o anticorpo específico para a leptospira, e ao reagir, permite o diagnóstico”, explica Alan McBride, pesquisador visitante que juntamente com outro pesquisador visitante, Albert Ko, também coordena a pesquisa.




O pesquisador visitante Alan McBride (sentado) e um coordenadores do projeto, Mitermayer Galvão dos Reis (Foto: Fiocruz Bahia)

O processo de validação do teste deve ocorrer ainda neste ano, em laboratórios especializados das universidades federais do Ceará, Rio Grande do Norte e na Fiocruz de Pernambuco. De acordo com Reis, processo semelhante também será realizado nos 21 países ibero-americanos. “Posteriormente, vamos submetê-lo à avaliação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e esperamos que o Ministério da Saúde possa distribuí-lo para os postos de saúde de todo o país no prazo de seis meses a um ano”, acredita.


Como a leptospirose é uma doença que apresenta sintomas semelhantes a dengue, hepatite e gripe do tipo febres, dores de cabeça e musculares, a celeridade na identificação ajudará o médico a prescrever o medicamento correto. Quando instalada, os sintomas são: olhos amarelados; alterações cardiovasculares; dificuldade respiratória distúrbios neurológicos e disfunção renal. O diagnóstico errado, por sua vez, pode levar a progressão da doença para formas mais graves, inclusive com hemorragia pulmonar, que geralmente leva 50% dos pacientes a óbito em 48 horas.

“Em Salvador, em 1996, durante uma epidemia de dengue, identificamos que 35% dos pacientes hospitalizados com leptospirose tinham recebido diagnóstico de dengue, erro que contribuiu para aumento da morbidade e letalidade”, avalia Reis. O teste, nesse caso, praticamente eliminaria o erro, antecipando o tratamento e a cura, já que estudos anteriores indicam o diagnóstico ambulatorial e o tratamento com penicilina, nos dois primeiros dias da doença, como suficientes para impedir a progressão para formas mais graves.

Inicialmente caracterizada como doença rural e transmitida a partir da urina do rato, a leptospirose atinge atualmente áreas principalmente carentes dos grandes centros urbanos, em função das populações destas localidades entrarem em contato com água contaminada derivada de enchentes, além da precariedade da coleta de lixo e da falta de redes de esgoto, que facilitam a proliferação de roedores. “A leptospirose se expandiu de sua base rural e se tornou a causa de epidemias cíclicas ligadas a chuvas no ambiente urbano. Grandes surtos ocorrem a cada ano, afetando praticamente os mesmos grupos de risco dentro das favelas urbanas. Precisamos de uma política pública que integre ciência, serviços de saúde e política ambiental”, defende Reis.

Dados do Ministério da Saúde indicam que foram notificados 2.698 casos, com a morte de 301 pessoas, em 2005. São Paulo é o estado com maior número de casos, com 575 confirmações. Na Bahia, foram 151 casos, no mesmo período. A Secretária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) revelou que somente no primeiro semestre deste ano, já foram totalizados 89 casos no estado, com 9 mortes. A taxa de mortalidade das formas severas da doença é de 15%.

Fonte: Agência Fiocruz