da BBC Brasil
As mulheres desenvolveram colunas vertebrais mais curvadas do que os homens para impedir que percam a estabilidade com o peso da gravidez, de acordo com pesquisadores americanos.
Segundo especialistas, sem a curvatura mais acentuada, as ancestrais dos seres humanos que caminhavam eretas não poderiam fugir de predadores durante a gestação.
Elas também teriam sofrido de fortes dores nas costas, disse o estudo, publicado na revista Nature.
A teoria ganhou mais peso quando a diferença entre as colunas de homens e mulheres foi identificada num fóssil de uma fêmea da espécie Australopithecus, que é um parente pré-histórico humano que viveu há cerca de dois milhões de anos.
"Sem a adaptação, a gravidez colocaria um peso maior nos músculos lombares, causando dores e fadiga consideráveis e possivelmente limitando a capacidade de colher alimentos e a habilidade de fugir de predadores", disse Liza Shapiro, antropóloga da Universidade de Harvard.
A transição para um andar mais erguido verticalmente foi uma das mudanças-chave na evolução do homem, mas teve uma conseqüência indesejável para mulheres grávidas.
Nos primatas, o feto fica confortavelmente apoiado no ventre, mas em seres humanos, ele fica mais à frente, deslocando o centro de gravidade e causando um desequilíbrio.
Tanto homens quanto mulheres têm uma curvatura na parte inferior da coluna, mas nas mulheres, de acordo com os pesquisadores, a curvatura se prolonga mais na coluna vertebral.
A diferença permite que as mulheres ajustem sua postura para se manter em equilíbrio e reduzir o desconforto causado por dores na parte mais baixa da espinha, mesmo nos últimos meses de gestação, quando o abdômen pode pesar quase 7 quilos mais do que o normal.
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