domingo, 30 de setembro de 2007

Muitos profissionais de saúde apresentam dificuldades na identificação de doenças mentais

A deficiência mental ainda afeta cerca de 1,6% da população brasileira. Para diminuir o número de casos ou pelo menos reduzir as conseqüências, é necessário um diagnóstico rápido por parte dos profissionais de saúde para que a terapia possa ser imediatamente iniciada. Apesar do papel fundamental dos médicos e enfermeiros nesse contexto, muitos demonstram ter dificuldades para identificar o problema. Isso é o que mostram pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual de Campinas em um estudo realizado, entre agosto e dezembro de 2003, com 90 médicos e 66 enfermeiros que atuam nas Unidades Básicas de Saúde de Maringá (PR).

De acordo com artigo publicado na edição de março de 2006 dos Cadernos de Saúde Pública, “o objetivo da pesquisa foi traçar o perfil do atendimento preventivo em deficiência mental na rede básica de saúde de Maringá, além de apresentar e discutir dados parciais relacionados à percepção e ao conhecimento de profissionais de saúde sobre o tema”. Nesse sentido, todos os participantes foram submetidos a um questionário com questões de múltipla escolha.

Os pesquisadores verificaram que 75% dos profissionais de saúde não foram capazes de assinalar a alternativa correta sobre a prevalência da deficiência mental e somente 11% responderam corretamente sobre a contribuição do genoma para a etiologia dessa condição. Eles observaram também que para 2% dos participantes a deficiência mental não pode ser evitada, e 37% responderam não saber se existe prevenção, desconhecimento esse refletido na porcentagem considerável de médicos e enfermeiros que responderam não saber se os testes para fenilcetonúria e hipotireoidismo estão incluídos no Programa Nacional de Triagem Neonatal, apesar de ambos fazerem parte oficialmente da triagem desde 1992.

Um número relativamente elevado de profissionais, segundo o texto, referiu insegurança para orientar sobre os efeitos teratogênicos (relacionados ao aparecimento de malformações) de drogas e doenças de prevalência elevada, como o álcool e o diabetes mellitus, e a maioria também se sente insegura para orientar sobre as indicações e os riscos das técnicas de diagnóstico pré-natal. “Não foi objetivo da pesquisa a avaliação aprofundada do conhecimento dos profissionais de saúde; porém, os dados obtidos demonstram que os participantes têm baixa percepção da relevância da deficiência mental para a morbidade da população e necessitam de maiores informações sobre os aspectos genéticos e ambientais relacionados a tal condição”, afirmam os especialistas no artigo.

Fonte: Unisite

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