Claudia Varejão Wallin
Pessoas com níveis de instrução mais altos têm maiores chances de sobreviver a diferentes tipos de câncer, segundo estudo divulgado hoje por cientistas suecos.
Mais de três milhões de homens e mulheres participaram da pesquisa, conduzida entre 1990 e 2004 pelo Instituto Karolinska, uma das mais respeitadas instituições de pesquisa médica da Europa. O estudo mostrou que o índice de sobrevivência a 20 diferentes formas de câncer foi 40% maior para os pacientes com nível universitário ou outro grau de educação elevado, em comparação com aqueles de menor nível de instrução. As modalidades da doença pesquisadas incluíram câncer de pulmão, intestino e mama, além do melanoma (um tipo de câncer de pele).
Nos casos de câncer de mama, a pesquisa indicou que pacientes com melhor nível de educação registraram um índice de sobrevivência 32% maior.
Uma explicação para a diferença nas chances de sobrevivência, de acordo com os cientistas suecos, é que pessoas mais instruídas vão com maior freqüência ao médico, o que possibilita o diagnóstico do câncer nos estágios iniciais da doença.
Outro fator decisivo, segundo os cientistas, é que pacientes mais instruídos tambem tendem a seguir com maior rigor as orientações médicas e as diferentes etapas do tratamento do câncer.
Os cientistas suecos usaram o registro nacional dos casos de câncer no país para acompanhar a evolução da doença nos pacientes. O cientista responsável pela pesquisa no Instituto Karolinska, Jan Sundquist, destacou que este foi o maior estudo já realizado até agora para determinar as associações entre o grau de instrução dos pacientes, a incidência de câncer e as taxas de sobrevivência à doença.
Uma segunda pesquisa dentro do mesmo estudo analisou a conexão entre o grau de instrução de mulheres e o risco de contrair câncer de mama. Os cientistas acompanharam mais de um milhão e meio de mulheres suecas. Após examinar fatores como idade e histórico familiar de câncer, o estudo concluiu que mulheres com grau universitário têm chances 44% maiores de detectar o câncer de mama em estágio inicial, em comparação com mulheres que tiveram nove ou menos anos de instrução escolar. Na Suécia, 50 mil novos casos de câncer são diagnosticados a cada ano.
Deste total, cerca de sete mil são diagnósticos como câncer de mama. Todas as mulheres suecas com idades entre 50 e 69 anos são chamadas a realizar mamografia anualmente nos hospitais do sistema de Previdência sueco.
Os cientistas alertam que a realização de exames regulares, com o objetivo de detectar a doença nos estágios iniciais, é essencial para aumentar as chances de sobrevivência ao câncer.
Fonte: BBC Brasil
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