domingo, 16 de setembro de 2007

Asma materna pode provocar parto prematuro


A prematuridade (nascimento antes de completada a 38ª semana de gestação) é um tema polêmico e em constante discussão nos dias de hoje. Cada vez mais se observa o nascimento de crianças prematuras, estando envolvidos nesta situação inúmeros fatores, tais como o aumento do tabagismo entre as mulheres, a inseminação artificial, na qual muitas vezes ocorre a gestação de mais de uma criança, infecções durante a gravidez, além, é claro, da melhoria das condições técnicas para a realização desses partos e a sobrevivência de seus frutos.

Sabe-se que quando uma mulher apresenta uma doença crônica, como por exemplo o diabetes, a chance de que sobrevenha um parto pré-termo encontra-se bem aumentada. Entretanto, poucos estudos observaram os efeitos das doenças respiratórias agudas e crônicas sobre a gravidez. Interessados sobre o tema, pesquisadores americanos do UMDNJ – Robert Wood Johnson Medical Scholl analisaram gestantes com essas características. A publicação de seus resultados encontra-se no Journal of Experimental Social Psychology, de setembro deste ano.

Doenças respiratórias agudas das vias áreas superiores, assim como a pneumonia e bronquite aguda foram analisadas e comparadas com distúrbios crônicos, como a asma e a bronquite crônica, em grávidas. O principal objetivo era descobrir se a ocorrência dessas enfermidades poderia aumentar o risco de romper a bolsa prematuramente (bolsa formada por membranas que envolvem a criança no útero).

Os resultados são preocupantes. A taxa de incidência de ruptura precoce das membranas é de 5%, quando a gestante apresenta alguma doença respiratória, sendo praticamente 4 vezes maior para aquelas com uma enfermidade crônica, comparada às com doença aguda. A asma, por exemplo, demonstrou-se significativamente associada a esse quadro, levando a partos prematuros, especialmente entre as gestantes da raça negra. Curiosamente, a bronquite crônica apresentou uma redução dos riscos de parto pré-termo, tanto em mulheres da raça branca quanto negra – um fato que ainda requer mais estudos.

Para os autores, a pesquisa deixou evidente a relação entre as doenças respiratórias e o desenvolvimento de ruptura precoce da bolsa. Além disso, esses pesquisadores acreditam que a identificação do quadro respiratório, e o seu tratamento adequado, podem trazer benefícios importantes para a gestante e seu filho, sendo capazes de diminuir a incidência de complicações associadas à ruptura precoce das membranas.

Fonte: Journal of Experimental Social Psychology, September 2007; early online edition. News release, University of North Carolina at Chapel Hill.

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