domingo, 18 de maio de 2008

O parto cesariano pode ser um fator de risco independente para o acidente vascular encefálico

Um estudo de extensão nacional, baseado em população, realizado em Taiwan e publicado no volume de abril do American Journal of Obstetrics & Gynecology sugere que o parto cesariano é um fator de risco independente para o acidente vascular encefálico (AVE).

O parto cesariano tem sido associado com um aumento significante de mortes maternas devido a paradas cardiorrespiratórias, complicações por anestesia, infecção puerperal e tromboembolismo venoso. Dr. Shiyng-Yu Lin, da Taipei Medical University em Taipei, Taiwan, República da China, declara que o acidente vascular encefálico foi selecionado como causa de morbidade e mortalidade materna durante a gestação e o puerpério. Na verdade, argumenta ele, poucos trabalhos levantaram dados em larga escala populacional avaliando os riscos de acidente vascular cerebral no pós-parto de dois tipos diferentes de parto (vaginal versus cesariano).

O objetivo deste estudo foi avaliar o risco do acidente vascular encefálico no pós-parto em 3, 6, ou 12 meses após os dois tipos de parto, usando um banco de dados populacional da base de dados do Taiwan National Health Insurance Research de 1998 até 2003. As regressões de risco proporcionais de Cox permitiram o cálculo dos índices de sobrevivência livre de AVE para partos cesarianos versus vaginais em 987.010 mulheres entre 1998 e 2002.

Em comparação com pacientes que foram submetidas ao parto vaginal, o hazard ratio (HR) para AVE pós-parto entre mães que foram submetidas a cesarianas foi 1,67 vezes maior dentro de um período três meses após o parto (intervalo de confiança de 95% [IC], 1,29 – 2,16); 1,61 vezes maior em seis meses após o parto (IC de 95%, 1,31 – 1,98) e 1,49 vezes maior dentro de 12 meses após o parto (IC de 95%, 1,27 – 1,76).

“Nossos dados indicam que o parto cesariano é um fator de risco independente para o acidente vascular encefálico”, relata o autor. As limitações deste estudo incluem falta de dados clínicos, tais como tabagismo, consumo de álcool, valores de índice de massa corporal e diagnósticos de acidente vascular encefálico totalmente baseados em declarações.

“Com base nesses resultados, uma redução nos índices de parto cesariano deve ser benéfica para a prevenção do AVE, enquanto o parto vaginal deve ser estimulado”, concluem os autores.


Fonte: Medcenter

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