segunda-feira, 9 de março de 2009

Mulher Enfermeira


Hoje celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Um dia destinado à reflexão sobre o papel e a dignidade da mulher na nossa sociedade. Uma forma de evidenciar o valor da sua pessoa, do seu trabalho e de denunciar as inúmeras injustiças de que as mulheres, em geral, são alvo.

Enfermagem e mulher são duas entidades que inevitavelmente se associam, não apenas por serem do género feminino a maior parte dos profissionais de enfermagem mas, igualmente, por serem os utentes, os familiares, as pessoas significativas, o grupo ou a comunidade alvo dos cuidados de enfermagem, maioritariamente mulheres!

Neste contexto, permitam-me os leitores que hoje me dirija especialmente às colegas enfermeiras, num modesto gesto de reconhecimento pelo seu árduo e importante trabalho em prol dos seus utentes, com particular destaque para os mais necessitados.

Presto, assim, homenagem a todas as mulheres desta profissão que “toma conta” das pessoas que, por falta de conhecimentos, força física ou psíquica, não podem desempenhar as actividades necessárias à sua sobrevivência, recuperação e bem-estar.

Enalteço as mulheres enfermeiras que quotidianamente se confrontam com pessoas em situação de irreversibilidade, em que a morte é o próximo acontecimento de vida e as ajudam a ter uma morte serena: sem sede, sem fome, sem dor, sem solidão, em paz consigo próprio, ou seja, vivendo a morte e não morrendo a vida!

Exalto o trabalho de todas estas mulheres que numa luta interior por vezes “abandonam” os seus filhos ou familiares, também enfermos, para cuidar das outras pessoas doentes; as que têm que abandonar convívios familiares ou sociais em datas significativas como são o Natal e o fim do ano, para se dedicarem aos seus doentes.

Homenageio, igualmente, as mulheres enfermeiras que de dia ou de noite cuidam da mãe ou do filho, da criança ou do idoso, do adolescente ou do adulto, do indivíduo ou da família, nos hospitais ou nos centros de saúde, nos domicílios ou nos lares, nos centros de atendimento a toxicodependentes ou nas casa de saúde mental, na rua ou nos centros de convívio, nas escolas ou na empresas.

Presto ainda homenagem às mulheres enfermeiras que dão mais do que recebem, que dignificam os cuidados e não vêem respeitada a sua dignidade, às estudantes de enfermagem empenhadas na aquisição de qualificações e competências para cuidar do outro, às já formadas e que aguardam poder vir a colocar ao serviço do outro o que aprenderam, às que ensinam nas Escolas Superiores de Enfermagem ou nas Universidades, às que gerem os cuidados, os seus colegas e outros colaboradores, para que o ambiente do serviço seja terapêutico e não falte o necessário aos doentes. Às mulheres enfermeiras que ocupam lugares políticos de vital importância para a qualidade, eficiência e acessibilidade do sistema de saúde e às que voluntariamente pertencem às associações profissionais ou de utentes.

Por fim, reconheço a dificuldade, a dignidade, a imprescindibilidade e o valor do trabalho de todas as mulheres e enfermeiras e repudio as iniquidades, as injustiças, as pressões e até mesmo o assédio moral e profissional de que por vezes são vítimas. Abomino, igualmente, a discriminação salarial relativamente a outras profissões com, pelo menos, semelhantes qualificações e a ausência de remuneração suplementar pelos cargos ou nomeações para categorias profissionais de nível de responsabilidade e exigência superiores que durante anos abnegadamente exercem.

Enfim, um bem-haja a todas as mulheres e enfermeiras da Madeira e do Porto Santo!

ÉLVIO H. DE JESUS
Enfermeiro

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